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Trump define prazo para entrar na guerra entre Irã e Israel

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que decidirá, nas próximas duas semanas, se o país participará diretamente do conflito armado entre Israel e Irã. A informação foi divulgada nesta quinta-feira (19 de junho), por meio de um comunicado da Casa Branca, que ressaltou a possibilidade de uma saída diplomática, embora mantenha como prioridade impedir que o Irã desenvolva armas nucleares.

“Com base no fato de que há uma chance substancial de negociações que podem ou não ocorrer com o Irã em um futuro próximo, tomarei minha decisão de ir ou não nas próximas duas semanas”, declarou Trump, segundo a secretária de imprensa, Karoline Leavitt.

A movimentação ocorre em meio à escalada de tensões no Oriente Médio. Desde sexta-feira (14 de junho), os confrontos entre Israel e Irã se intensificaram, com ataques mútuos a instalações militares e nucleares. O Irã lançou mísseis contra Tel Aviv e contra o principal hospital do sul israelense, enquanto Israel atingiu alvos estratégicos como reatores nucleares em Natanz e Arak. Apesar da ofensiva, o Irã afirmou que não houve risco de radiação.

A Casa Branca informou que Trump tem participado de reuniões diárias com seu Conselho de Segurança Nacional. Ele chegou a aprovar, de forma preliminar, um plano de ataque ao Irã, embora nenhuma ação tenha sido confirmada oficialmente. Nos próximos dias, o presidente deve receber novos relatórios de inteligência para embasar sua decisão.

Leavitt acrescentou que qualquer eventual acordo com Teerã precisaria incluir a proibição do enriquecimento de urânio. O Irã, por sua vez, já havia desistido de negociar com autoridades americanas após os recentes bombardeios israelenses.

O líder supremo iraniano, aiatolá Ali Khamenei, reagiu com veemência. Ele advertiu que uma ofensiva americana teria “consequências sérias e irreparáveis” e prometeu retaliação caso o país seja alvo de novos ataques.

Militarmente, os Estados Unidos têm ampliado sua presença na região, com o envio de grupos de porta-aviões ao Golfo e ao Mediterrâneo. De acordo com analistas ouvidos pelo G1, a escala dos deslocamentos e o tipo de armamento indicam preparação real para um possível conflito.

Aliás, a capacidade americana de destruir bunkers subterrâneos — onde o Irã mantém parte de seu programa de enriquecimento de urânio — é considerada única, conforme destacam especialistas. Segundo Priscila Caneparo, doutora em Direito Internacional, “os Estados Unidos são os únicos atores competentes no cenário internacional para neutralizar o programa nuclear iraniano”.

Contudo, o eventual custo político de uma intervenção divide opiniões. Para Caneparo, Trump arriscaria sua base eleitoral ao contradizer promessas de campanha sobre não se envolver em guerras estrangeiras. Já o professor Gunther Rudzit avalia que o presidente mantém forte influência sobre seu eleitorado e poderia reverter a narrativa em seu favor.

Portanto, enquanto Teerã e Tel Aviv seguem trocando ataques, a posição definitiva de Washington segue pendente, à espera da decisão de Trump, prevista para os próximos 14 dias.