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Payet, ex-Vasco, é denunciado pelo Ministério Público

O meia francês Dimitri Payet, de 37 anos, foi denunciado pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) por violência psicológica contra a advogada Larissa Ferrari, com quem manteve um relacionamento extraconjugal enquanto jogava pelo Vasco. A promotoria, que inicialmente havia arquivado o caso, reconsiderou a decisão após recurso da defesa da denunciante.

De acordo com o MPRJ, Payet teria agido de forma deliberada para causar danos emocionais à advogada por meio de “atitudes, expressões injuriosas e degradantes”, além de “humilhação, manipulação e ridicularização”. A acusação é baseada em depoimentos e trocas de mensagens entre os envolvidos, em que se constata, segundo o MP, uma relação que se tornou emocionalmente prejudicial para Larissa, culminando em episódios de dependência emocional, ansiedade e depressão.

“Usou meu transtorno mental como se eu fosse doente a esse nível antes”, afirmou Larissa em entrevista. Ela alegou que Payet tinha conhecimento do seu diagnóstico de transtorno de borderline, o que, segundo ela, o teria levado a induzi-la a situações vexatórias sem resistência. A advogada afirmou ainda que há testemunhas tanto no Rio de Janeiro quanto no Paraná que podem confirmar sua versão.

A defesa de Payet, representada pela advogada Sheila Lustoza, declarou ter recebido “com surpresa a reconsideração da promoção de arquivamento porque se fundamenta em informações que já estavam nos autos”. Ainda assim, ela demonstrou confiança de que a Justiça irá reconhecer a inocência de seu cliente.

Enquanto responde à denúncia, o jogador deixou o Brasil e retornou à França, onde reside sua esposa Ludivine Payet e seus quatro filhos. Payet rescindiu o contrato com o Vasco de maneira antecipada, mesmo tendo vínculo com o clube até o dia 31 de julho. Em território francês, ele foi visto participando de um evento beneficente em uma vinícola em Châteauneuf-le-Rouge, no sul do país, promovido pela organização Soleil Bleu Azur, da qual é patrocinador.

O Ministério Público também considerou em sua investigação que as conversas entre Payet e Larissa demonstravam consentimento em práticas sexuais de sadomasoquismo. Contudo, destacou a ausência de elementos como laudos psicológicos ou testemunhas que atestassem os supostos episódios de violência, fator que havia levado inicialmente ao pedido de arquivamento.

A denúncia segue em trâmite na Justiça, que deverá decidir sobre o prosseguimento do caso. O MP ainda solicita que Payet seja responsabilizado por danos morais e por eventuais custos com serviços de saúde que tenham sido prestados à advogada.