Em um dos jogos mais marcantes da história recente do Botafogo, o clube carioca surpreendeu o mundo ao vencer o poderoso Paris Saint-Germain por 1 a 0, na última quinta-feira (19), pela Copa do Mundo de Clubes.
A atuação sólida da equipe comandada por Renato Paiva foi elogiada internacionalmente, mas o que chamou a atenção mesmo foi a forma como o técnico reagiu a uma crítica bem-humorada de um torcedor.
Em entrevista ao Esporte Espetacular, da TV Globo, o comandante alvinegro mostrou que, mesmo após um feito histórico, não há trégua quando se trata da exigente torcida do Glorioso.
“Era só fazer o arroz com feijão”
Após o jogo, Paiva contou que foi surpreendido por um torcedor no hotel. “Cheguei no hotel e ouvi: ‘Paiva, viu só? Era só fazer o arroz com feijão!’”, relembrou, aos risos.
Curioso com o comentário, ele quis entender melhor: “Fiquei curioso e perguntei o que ele queria dizer com isso. Ele respondeu: ‘É só escalar os jogadores certos’. Isso é o torcedor. Ele não imagina as horas de preparação e estudo que existem por trás de cada escolha.” disse o treinador.
Cabe ressaltar que, mesmo com o tom leve, a fala ilustra a cobrança constante dos torcedores, que vivem o futebol com emoção, enquanto os profissionais precisam lidar com a razão. Por isso, o técnico fez questão de destacar os bastidores intensos do trabalho: “Temos a missão de fazê-los felizes. Essa é a beleza do esporte.”, concluiu.
Vale destacar que Paiva também refletiu sobre a volatilidade das opiniões no futebol: “Hoje o Renato Paiva é considerado um gênio. Três dias atrás, era chamado de burro.”, disse o treinador.
Comprometimento e identidade coletiva
O treinador elogiou o desempenho coletivo contra o PSG: “A satisfação foi ver que o gol começou com Artur, Savarino e Igor. Mostra que é possível defender com organização sem cair no rótulo de retranqueiro.”, declarou.
Por fim, Paiva reafirmou seu compromisso com o clube e com a torcida. “Quero que o torcedor olhe para esse time e sinta que ele representa a grandeza do clube”, afirmou. Com isso, reforçou que o foco vai além de vitórias pontuais: está em resgatar o orgulho do botafoguense.
Isso porque, como ele próprio resume, comandar um time grande é também aprender a lidar com sentimentos humanos.
“O erro é fingir que esses sentimentos não existem. O segredo está em aprender a lidar com eles.”, concluiu.
Desse jeito, Renato Paiva mostra que está pronto para encarar não só os adversários em campo, mas também a pressão e a paixão que fazem do futebol brasileiro um espetáculo único.


