Durante o Mês do Orgulho LGBTQIAPN+, celebrado em junho, o Globoplay e Xuxa Meneghel lançaram uma iniciativa especial que resgata um dos quadros mais emblemáticos da carreira da apresentadora: a leitura de cartas. Desta vez, a ação intitulada ‘Cartas do Orgulho’ tem como foco relatos de artistas que compartilham experiências marcantes de autodescoberta e aceitação.
A série, composta por sete episódios, traz Xuxa lendo cartas escritas por nomes como Ana Hikari, Diego Martins, Jup do Bairro, Milton Cunha, Nany People, Rodrigo Sant’Anna, Silvero Pereira e Vinícius Nascimento — este último ex-participante do BBB 25. Os episódios estão sendo divulgados um a cada dia nas redes sociais do Globoplay, com início no domingo (22 de junho) e encerramento previsto para o sábado (28 de junho).
A leitura da carta escrita por Vinícius teve forte impacto emocional tanto na apresentadora quanto no próprio autor. Durante sua participação no BBB 25, Vinícius havia revelado sua bissexualidade e utilizado o programa como espaço para falar de suas angústias pessoais e do receio de decepcionar a própria família. Em sua carta, ele desabafa: “Hoje sei que sou bissexual. Minha família sabe, meus amigos e o Brasil sabem. Não é por coragem repentina, mas porque fugir cansa a gente. Descobrir que não era tarde demais para ser quem se é”.
O ex-BBB, ao assistir ao vídeo da leitura, fez uma publicação nas redes sociais recordando um momento vivido no confinamento: “É… agora a Xuxa me conhece”, escreveu ele, visivelmente comovido.
Enquanto lia os relatos, Xuxa revelou ter sido tomada por uma mistura de tristeza e afeto. “Foi um soco no estômago. Me deu vontade de abraçá-los, de gritar por eles. É um sentimento que mistura impotência com algo maternal”, confessou. Ela também comentou que não teve acesso prévio ao conteúdo das cartas, lendo-as pela primeira vez no momento da gravação. Em vários trechos, precisou refazer a leitura por não conseguir conter a emoção.
Entre os depoimentos, a carta de Milton Cunha também se destacou pelo tom direto e pela sensibilidade. Segundo Xuxa, a história dele a fez refletir sobre o quanto pessoas LGBTQIAPN+ enfrentam dificuldades apenas por existirem. “Eles nasceram assim e, se pudessem escolher, escolheriam não sofrer. Imaginar passar a vida toda querendo que o mundo não seja o que você é… Isso é muito forte”, disse a apresentadora.
Além da série de vídeos, outra homenagem foi programada: o lançamento de um novo visualizer da música Arco-Íris, originalmente gravada em 1987 para o filme Super Xuxa Contra o Baixo Astral. O clipe conta com figurinos emprestados pela Miss Gay Sheila Veríssimo e foi produzido por profissionais LGBTQIAPN+ da equipe da apresentadora e da Globo. “É mais do que verdadeiro!”, destacou Xuxa ao falar da colaboração com Sheila.
Em seu depoimento final, a apresentadora lamentou os retrocessos enfrentados pela comunidade: “Não avançou, muita coisa retrocedeu. Ainda somos o país que mais mata por discriminação. É um caminho muito árduo, com muita coisa a ser feita”.