sexta-feira, dezembro 5, 2025
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Polícia aponta ligação entre diretoria do Corinthians e organização criminosa

A crise institucional no Corinthians atingiu um novo e preocupante patamar. A Polícia Civil de São Paulo finalizou o inquérito sobre o escândalo da VaideBet, e as conclusões são qde que membros da diretoria do clube, ligados à gestão do presidente afastado Augusto Melo, teriam atuado em um esquema de desvio de recursos, com conexões com a UJ Football Talent, empresa associada ao crime organizado, especificamente ao Primeiro Comando da Capital (PCC). O material já está nas mãos do Ministério Público, que decidirá os próximos passos judiciais.

Cinco dirigentes indiciados e contratos sob suspeita

O inquérito resultou no indiciamento de Augusto Melo, Sérgio Moura (ex-superintendente de marketing), Marcelo Mariano (ex-diretor administrativo), Yun Ki Lee (ex-diretor jurídico) e Alex Cassundé, apontado como intermediário no contrato com a patrocinadora. Todos foram acusados de associação criminosa, furto qualificado e lavagem de dinheiro. 

Além disso, as investigações mostraram que o dinheiro desviado teria sido canalizado para empresas fantasmas que, posteriormente, o repassaram à UJ Football Talent.

Vale destacar que o relatório aponta a intermediação como fictícia, feita para justificar a saída de valores dos cofres do clube. Por isso, o caso não é tratado como mero erro administrativo, mas sim como parte de um possível esquema estruturado para desviar recursos por meio de contratos simulados.

Ligação com o PCC e campanha eleitoral

Segundo a polícia, o repasse de verbas à UJ Football não foi coincidência, mas sim uma “retribuição a compromissos financeiros” assumidos por Augusto Melo e aliados durante a campanha eleitoral de 2023. 

Cabe ressaltar que os nomes de empresários, influenciadores e até agiotas da zona leste de São Paulo surgem como possíveis financiadores da campanha, com repasses mascarados por contratos com agências e clubes.

Defesa nega envolvimento

Em nota, a defesa de Augusto Melo negou qualquer envolvimento com organizações criminosas. Afirmou que não há provas concretas e criticou a suposta utilização de matérias jornalísticas antigas como base para a denúncia. 

Sendo assim, o caso segue com forte repercussão pública, podendo desdobrar-se em ações criminais e políticas nos próximos dias.