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Vale Tudo: Alice Wegmann revela bastidores e drama pessoal

A atriz Alice Wegmann, atualmente no ar como Solange Duprat no remake da novela Vale Tudo, revelou ter passado por um processo profundo de cura emocional ao interpretar Carolina na série Justiça 2. Em entrevistas concedidas recentemente, a atriz compartilhou que viveu uma experiência real de abuso sexual e que a vivência dessa personagem a auxiliou diretamente na superação do trauma.

“Foi um trabalho que mudou minha vida, em que vivi esse processo de entendimento e de cura, de olhar para aquilo e saber que aquela história da Carolina também tinha sido um pouco a minha”, declarou a artista ao jornal O Globo. Na trama, a personagem sofre violência sexual do próprio tio, interpretado por Murilo Benício.

Gatilhos e parceria no set

Durante a preparação e gravação da série, a atriz afirmou ter sentido intensamente os efeitos emocionais do papel. “Tinha dias que o meu corpo doía inteiro, eu ficava mal”, relatou, emocionada, em sua participação no videocast “Conversa vai, conversa vem”.

Apesar disso, pontuou que a parceria com Benício foi essencial: “Apesar de ser uma história pesada, a gente conseguia dar risada junto no intervalo. Eu me sentia segura, acolhida”.

A série Justiça 2, lançada no ano passado, é continuação da produção exibida originalmente em 2016. O roteiro é assinado por Manuela Dias, responsável também pela adaptação atual de Vale Tudo para a televisão.

Reflexões e retorno ao prazer

Além dos impactos psicológicos, Alice revelou que o abuso afetou sua relação com o próprio corpo e com a sexualidade. Segundo a atriz, “muitas vezes, você liga o sexo à culpa. Não se permite viver o prazer por conta disso”.

Ela ainda explicou que passou por um processo longo de redescoberta do próprio desejo: “O que eu falo de roubarem o seu desejo, seu poder com o próprio corpo, é isso, ser dona dele. Porque alguém te tirou esse poder”.

A resposta do público e a importância da representatividade

Alice relatou que, após a exibição da série, começou a receber diariamente mensagens de pessoas que compartilharam vivências semelhantes. “Recebia mais de 20 mensagens por dia de mulheres e homens contando casos pessoais sobre os quais nunca tinham falado e que a série os ajudou a enxergar”, afirmou.

Para ela, essa troca foi essencial: “Falar e buscar ajuda te dá uma estrutura. A série veio num lugar de cura para mim”.

Em seu depoimento, a artista destacou o papel transformador da arte. “O teatro e o audiovisual me salvaram”, disse. “A arte muda os nossos mundos mesmo. E um tema como esse precisa ser colocado, falado. Ter esse espaço foi um presente”.