Pedro Lourenço, atual sócio majoritário da Sociedade Anônima de Futebol do Cruzeiro, revelou detalhes de sua longa relação com o clube celeste. Embora hoje ocupe uma posição central na estrutura da Raposa, ele relembrou que, em 2011, esteve perto de assumir a presidência do clube, mas acabou deixando a ideia de lado após uma decisão interna que o desmotivou. Segundo ele, a escolha do então presidente Zezé Perrella por apoiar Gilvan de Pinho Tavares acabou frustrando seu plano inicial de encabeçar uma chapa.
“Eu já tive vontade de ser presidente do Cruzeiro antigamente, na época que foi o Gilvan (2012–2017). Naquela época, eu queria ser presidente, mas o Zezé optou pelo Gilvan e dei uma desanimada”, contou o empresário. Gilvan venceu a eleição realizada em outubro de 2011 com 391 votos, superando o radialista Alberto Rodrigues, que obteve apenas 48. Apesar do revés, Pedro nunca se afastou do clube. Afinal, sua ligação com o Cruzeiro começou muito antes dessa disputa eleitoral.

A relação entre Pedro Lourenço e o clube mineiro remonta ao início da década de 1990. Conforme relatado pelo próprio dirigente, a aproximação ocorreu na gestão de César Masci, presidente entre 1991 e 1994. Na época, Pedro e os irmãos trabalhavam em uma rede de supermercados e criaram vínculo com Masci por meio da venda de produtos. “Depois que ele virou presidente, ele dava ingressos para a gente ir aos jogos e ao clube. E foi enraizando”, afirmou.
Mesmo sem ocupar cargos oficiais, Pedro Lourenço passou a colaborar financeiramente com o Cruzeiro a partir de 1995. Eventualmente, seu apoio se intensificou na segunda gestão de Zezé Perrella (2009 a 2011), período em que realizou investimentos relevantes no clube. “Sempre ajudei o Cruzeiro em todas as gestões, independentemente de quem era o presidente”, disse ele, ressaltando que nunca utilizou sua influência para obter vantagens. “Nunca tive cargo, nunca peguei um ingresso de graça como conselheiro”, completou.
A trajetória deu uma guinada em abril de 2024, quando Pedro adquiriu 90% das ações da SAF do Cruzeiro, comprando a parte que era de Ronaldo Fenômeno. Desde então, o clube aumentou substancialmente seus investimentos em contratações. Entre os nomes do futebol masculino, destacam-se Cássio, Kaio Jorge, Fabrício Bruno, Matheus Pereira e Dudu. No setor feminino, reforços como Lady Andrade, Leilane e Isa Haas elevaram o nível técnico da equipe, que encerrou a primeira fase do Campeonato Brasileiro na liderança.
Por fim, Pedro Lourenço também foi lembrado por seu apoio direto ao futebol feminino antes mesmo de ser sócio majoritário. Bárbara Fonseca, diretora da modalidade, relatou que, em períodos de crise, os salários da equipe chegaram a ser pagos com recursos do empresário. Assim sendo, sua presença na estrutura atual do Cruzeiro representa, inegavelmente, a consolidação de um vínculo construído ao longo de décadas.