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Clube da Europa cobra o Santos por divida milionária

O Santos enfrenta uma crise institucional após ser condenado pela Fifa a pagar 2,5 milhões de euros (aproximadamente R$ 16 milhões) ao Arouca, de Portugal, pela contratação do zagueiro João Basso. A pendência refere-se ao acordo firmado em 2023, quando o clube brasileiro adquiriu o defensor com pagamentos previstos em quatro parcelas.

Apenas a primeira, de 500 mil euros, foi quitada. As demais – uma de mesmo valor e duas de 750 mil euros cada – não foram honradas.

O não cumprimento do acordo levou os portugueses a acionarem a Fifa. Em maio, a entidade determinou o pagamento imediato do valor total acrescido de juros e multa. A data-limite estipulada foi a segunda-feira (24), mas o clube paulista apresentou um recurso ao Tribunal Arbitral do Esporte (TAS), suspendendo temporariamente a possibilidade de punição com transfer ban durante a janela de transferências entre 10 de julho e 2 de setembro.

Irritação pública de Joel Pinho

A reação dos dirigentes portugueses foi imediata e veemente. Joel Pinho, diretor geral do Arouca, foi categórico ao criticar a postura santista.

“É inaceitável uma equipe que tem Neymar e contratou o Benjamín Rollheiser por 12 milhões de euros na última janela não ter 2,5 milhões para pagar o que deve. Usar o TAS para ganhar tempo é algo que não é de clube sério. É inacreditável”, declarou em entrevista.

Segundo o dirigente, a diretoria do clube da Vila Belmiro tentou negociar o pagamento em 12 vezes, mas a proposta foi rejeitada. “O Arouca não é nenhum banco. A dívida já tem dois anos. Não faz sentido pagamento parcelado”, afirmou.

Joel Pinho também destacou que o Santos não contesta o valor devido, o que, segundo ele, indica que a manobra no TAS serve apenas para postergar o compromisso.

Repercussão internacional

O caso repercutiu amplamente na imprensa portuguesa. O jornal A Bola estampou: “Contrataram Neymar, gastaram 12 milhões com Rollheiser e têm ‘calote’ de 2,5 milhões ao Arouca”. A cobertura enfatiza a incoerência entre os altos investimentos realizados pelo clube brasileiro em reforços recentes e a inadimplência com o time europeu.

A situação foi descrita como “inadmissível” por diversos veículos de comunicação lusitanos.

Situação indefinida e impacto na imagem

A nova audiência no TAS pode demorar entre seis meses a um ano. Enquanto isso, a Fifa não pode aplicar sanções esportivas ao clube. O episódio, entretanto, mancha a imagem institucional do Santos no cenário internacional.

Mesmo com a renovação contratual de Neymar anunciada recentemente, o clube lida com cobranças públicas por parte de dirigentes estrangeiros, que enxergam na postura santista um exemplo de má conduta administrativa.

“Isso, lá na frente, vai sair ainda mais caro para eles”, completou Joel Pinho, ressaltando os danos que um prolongamento do caso pode causar tanto financeiramente quanto à reputação do time brasileiro.