Em meio à turbulência política que envolve o Corinthians, a gestão interina liderada por Osmar Stabile acaba de fazer um movimento surpreendente. Marcelo Munhoes, ex-chefe de tecnologia do clube e demitido ainda na gestão de Augusto Melo, está oficialmente de volta. Agora, ele ocupa o cargo de diretor de tecnologia, uma função que, curiosamente, nem consta no Estatuto do Timão. Por isso, sua nomeação chama atenção nos bastidores do Parque São Jorge.
Retorno inesperado e função estratégica
Vale destacar que Marcelo Munhoes já atuava nos bastidores desde o início da gestão provisória, mas somente agora passou a figurar na lista oficial de diretores no site do Corinthians. Ele é o único responsável por um departamento que, apesar de não estar previsto estatutariamente, é remunerado. Sendo assim, sua reintegração vai além de um simples retorno: trata-se de uma aposta estratégica da diretoria interina.
Cabe ressaltar que Munhoes ganhou notoriedade em março ao denunciar um esquema de cambismo no programa Fiel Torcedor. Isso porque ele alertou, ainda naquela ocasião, sobre um contrato com a empresa Bepass, que havia sido firmada para implementar o sistema de reconhecimento facial na Neo Química Arena. Com isso, sua reaproximação ocorre justamente em um momento em que a gestão interina decidiu romper o acordo com a empresa cenário no qual Munhoes terá papel central.
Diretoria reformulada e indefinições no clube
Desde o afastamento provisório de Augusto Melo, em 26 de maio, toda a diretoria se tornou demissionária. Atualmente, estão nomeados Emerson Piovesan (financeiro), Fábio Soares (administrativo), Marco Polo Lopes Pinheiro (esportes terrestres), Carlos Roberto Auricchio (base) e Antonio Goulart dos Reis (relações internacionais).
Além disso, outras áreas estatutárias continuam vagas ou com interinos, como futebol profissional, marketing e jurídico. Dessa maneira, o Corinthians vive um momento de transição, onde decisões administrativas seguem sendo tomadas enquanto aguarda-se a assembleia geral dos sócios, marcada para o dia 9 de agosto.
Desse jeito, o futuro do clube depende não só da definição sobre o impeachment de Augusto Melo, mas também de como essa gestão interina reorganiza seus quadros. Portanto, o retorno de Munhoes pode ser apenas o começo de uma reestruturação mais ampla no clube.
