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A declaração de Wolf Maya sobre sexualidade: ‘Mas declarar isso…’

O autor está longe da TV Globo desde 2016, mas também relembrou com carinho o vínculo com a emissora

Com uma carreira consolidada ao longo de três décadas na principal emissora do país, Wolf Maya abordou temas delicados ao relembrar sua trajetória profissional. Durante entrevista concedida à revista Veja, o diretor de novelas se manifestou sobre rumores envolvendo o chamado “teste do sofá”. O termo refere-se a supostas trocas de favores sexuais por oportunidades de trabalho, sobretudo no meio artístico.

“Esse ‘teste do sofá’ é uma imaginação maravilhosa. Eu acho que fui lesado, porque tenho fama de lançar tanta gente nova, e não me lembro de ninguém que eu tenha lançado por causa de um sofá”, declarou o artista.

Ainda segundo ele, o ritmo intenso da produção televisiva inviabilizava qualquer situação desse tipo. “Até porque a gente não tinha nem tempo de cair num sofá”, afirmou, afastando qualquer associação entre sua conduta profissional e práticas inadequadas.


Vida pessoal e visão sobre a sexualidade

Aos 71 anos, o artista abriu espaço para compartilhar aspectos íntimos de sua vida afetiva. Pai de duas filhas — Maria, fruto da união com a atriz e diretora Cininha de Paula, e Manuela, nascida do relacionamento com a produtora Vânia de Brito — ele ressaltou ter vivido diferentes formas de amor:

“Sempre fui casado e tenho duas filhas, de dois casamentos diferentes. Outros casamentos vieram também. Toda forma de amor, eu vivi na minha vida”.

Wolf também refletiu sobre sua relação com a própria identidade. “Sou mais homoafetivo do que homossexual, já cheguei a essa conclusão muito tempo atrás”, declarou. Para ele, a sexualidade humana é plural.

“Acho que o ser humano é naturalmente bissexual, mas declarar isso significa assinar um termo de sexualidade particular. A minha sexualidade não interessa, eu convivo muito bem com ela. Sou feliz”.


Paternidade e afetividade

Durante o relato, o diretor compartilhou um episódio pessoal que o marcou profundamente. “Sempre gostei de uma sexualidade perto, criativa e gosto muito de filhos. Podia ter quatro ou cinco, é que na época em que comecei as minhas relações, eu era muito sem esperança para as meninas, minhas mulheres, para os meus amores, e aí tiraram os filhos. Já tirei uns três filhos que poderiam estar aí vivos e adoraria que tivessem”, confidenciou.

Apesar de trabalhar em um ambiente que lida frequentemente com temas sensíveis como libido e afetividade, ele garantiu ter mantido separação entre sua intimidade e o exercício da função:

“Minha vida no trabalho não fazia parte da sedução, nem afetiva nem sexual e nem sequer comportamental”.


Saída da emissora e relação com o público

Longe da TV Globo desde 2016, o diretor relembrou com carinho o vínculo com a emissora e o público. “Tenho saudade da televisão e a televisão tem saudade de mim. Vivo recebendo carinho de espectadores, de público me querendo de volta”, disse.

Ele ainda revelou que planejou sua trajetória com antecedência: “Entrei na TV Globo com menos de 30 anos e saí com 60. Já era para ter saído antes, e aí consegui levar até 2016, 2017”.