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A proposta de ‘Três Graças’ para protagonistas da próxima novela da Globo

Com previsão de 179 capítulos, “Três Graças” reúne nomes consagrados da dramaturgia brasileira

Prevista para estrear na TV Globo na segunda-feira (20), a novela “Três Graças”, escrita por Aguinaldo Silva em parceria com Virgílio Silva e Zé Dassilva, mergulha o público em uma trama marcada por realismo social e forte carga emocional.

Com direção artística de Luiz Henrique Rios, a obra está sendo ambientada em uma comunidade fictícia de São Paulo, inspirada no bairro da Brasilândia. Parte das gravações foi realizada em locações reais, como Bela Vista, Pinheiros, Freguesia do Ó, Aclimação e Pirituba, com o intuito de retratar fielmente o cotidiano urbano da periferia paulistana.

A direção artística optou por uma estética vibrante, que se afasta do naturalismo. “Vamos trabalhar com um tom um pouco acima da realidade. A novela tem muita cor e muita vibração. É uma história intensa, à flor da pele. Queremos trazer ao público uma emoção diferente”, explicou Luiz Henrique Rios.

Enredo e protagonismo feminino

A narrativa acompanha a trajetória de três gerações de mulheres unidas por uma herança dolorosa: o abandono paterno e a maternidade precoce. Gerluce Maria das Graças, vivida por Sophie Charlotte, é a personagem central.

Criada por Lígia Maria das Graças (Dira Paes), que engravidou na adolescência e foi deixada pelo pai da filha, Gerluce segue um caminho similar ao dar à luz Joélly Maria das Graças (Alana Cabral) também na juventude.

Embora tenha abdicado de seus sonhos para criar a filha, Gerluce se recusa a repetir o mesmo destino com Joélly. Quando descobre que a jovem está grávida, ela se mobiliza para impedir que a adolescente abandone seus objetivos. Dessa forma, a novela enfatiza o esforço da mãe para quebrar o ciclo familiar e permitir que a filha trilhe um novo caminho.

O dilema moral da mocinha “meio vilã”

Gerluce é construída como uma personagem de dualidade complexa. Em determinado ponto da história, ela descobre que sua patroa lidera, com o amante, um esquema de falsificação de medicamentos. O crime atinge diretamente sua mãe e outros moradores da comunidade.

Ao encontrar uma quantia de dinheiro escondida na mansão da patroa, Gerluce se vê diante de uma encruzilhada ética. “Esse é o jogo que pretendemos construir a partir de uma interpretação que não será totalmente naturalista”, detalhou o diretor artístico Luiz Henrique Rios.

Esse momento marca a transição da personagem para uma postura ambígua, onde seu senso de justiça se confronta com os meios ilegais que poderia adotar. A novela, portanto, trabalha com a figura de uma “mocinha meio vilã”, o que amplia a complexidade narrativa e humaniza os dilemas morais da protagonista.

Declarações das atrizes

A atriz Sophie Charlotte destacou a experiência de gravar na periferia de São Paulo como fonte de inspiração. “Achei muito emocionante começar as gravações na Brasilândia. As pessoas foram muito carinhosas, observá-las circulando pelas ruas me inspirou profundamente. Como atriz, busco aqui, na vida real, a fonte para a história fictícia que vamos contar”.

Alana Cabral, que estreia no horário nobre aos 18 anos, comentou sobre a responsabilidade de interpretar Joélly. Com passagens anteriores por produções da Globo e vencedora do reality “Super Chefinhos” em 2022, a jovem atriz carrega em seu papel o desafio de representar uma adolescente grávida em meio ao caos da vida comunitária.

Elenco e estrutura narrativa

Com previsão de 179 capítulos, “Três Graças” reúne nomes consagrados da dramaturgia brasileira. Além do trio protagonista, o elenco inclui Romulo Estrela, Marcos Palmeira, Paulo Mendes, Miguel Falabella, Gabriela Loran, Andréia Horta, Juliano Cazarré, Xamã, Mell Muzzillo, Grazi Massafera, Alanis Guillen, entre outros. Juliano Cazarré, por exemplo, interpretará um ex-presidiário convertido, reforçando a abordagem social da trama.

A novela promete entregar ao público não apenas uma história de luta feminina e superação, mas também um retrato vibrante e sensível da realidade urbana brasileira. Afinal, conforme definido por Aguinaldo Silva, “é uma novela do ônibus, do metrô, do trem… do Brasil que está acontecendo nesse momento” .