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A revelação surpreendente de Leo Áquila sobre Preta Gil

Leo ainda demonstrou revolta diante da apropriação política da morte da cantora

Na segunda-feira (21), a apresentadora e vereadora suplente por São Paulo, Leo Áquilla, usou as redes sociais para tornar pública uma revelação até então mantida em sigilo: Preta Gil ajudava mulheres trans vítimas de violência sem buscar visibilidade ou reconhecimento.

Conforme relatado por Leo, a cantora prestava assistência emocional e financeira a mulheres em situação de vulnerabilidade, especialmente aquelas que haviam sofrido agressões físicas.

Essa atuação, segundo Leo, envolvia desde o pagamento de aluguéis até a oferta de acolhimento humanitário. Um dos episódios mencionados envolveu uma mulher conhecida no Rio de Janeiro, que sofreu espancamento e teve os dentes quebrados.

Diante do pedido de ajuda, foi Preta quem custeou a moradia da vítima e ofereceu suporte integral.

O motivo do silêncio

Apesar da gravidade dos casos atendidos, Preta Gil preferia manter essas ações em completo anonimato. Leo Áquilla explicou que a cantora justificava a reserva com um argumento direto e coerente:

“Ela disse: ‘Não quero que as pessoas pensem que estou ajudando porque quero lacrar em cima das desgraças dos outros’”.

Segundo Leo, a cantora sempre demonstrou preocupação com a forma como o público interpretaria esse tipo de ajuda. Por isso, impedia qualquer divulgação pública durante sua vida. A revelação só veio após sua morte, ocorrida no domingo (20), aos 50 anos, vítima de um câncer colorretal.

A despedida e o reconhecimento póstumo

Com o falecimento de Preta, Leo Áquilla decidiu compartilhar a história como forma de homenagem e gratidão. Em um trecho comovente do vídeo publicado no Instagram, a apresentadora declarou:

“Mas agora que ela faleceu, meus sentimentos à família e que Deus a tenha em bom lugar, fiquei bem sentida porque 50 anos é pouca idade, tinha uma vida inteira pela frente, eu posso falar sobre isso e, enfim, Pretinha, agradecer tudo o que você fez por nós, e em silêncio. Que nobre da sua parte”.

Leo ainda demonstrou revolta diante da apropriação política da morte da cantora: “Por outro lado, tô bem chateada porque é muito triste ver como as pessoas estão transformando até a passagem, o momento mais punk de alguém, em política, em discurso de ódio. Meu Deus, volta logo, Jesus”.

Um legado além dos palcos

Embora Preta Gil fosse conhecida nacionalmente por sua carreira artística e personalidade vibrante, o relato de Leo Áquilla revela uma faceta discreta e generosa. Conforme relatado pela jornalista Valeria Soares, a cantora “atuava nos bastidores, oferecendo suporte emocional e financeiro a jovens em situação de vulnerabilidade”.

A revelação provocou comoção nas redes sociais, principalmente entre ativistas e representantes da comunidade LGBTQIA+. Afinal, a postura de Preta contrastava com o exibicionismo muitas vezes associado às causas sociais no meio público.

Sigilo como princípio

Além da ajuda financeira direta, a cantora mantinha uma relação de confiança com as pessoas assistidas. Leo reforçou que Preta não permitia que seus atos fossem divulgados nem mesmo por quem recebia o auxílio:

“Ela nunca me deixou contar. Muitas meninas trans que sofreram violência, que foram espancadas, inclusive uma bem famosa no Rio de Janeiro, que apareceu pedindo ajuda porque o rapaz quebrou todos os dentes dela, deu uma surra nela, foi a Preta Gil que ajudou: alugou apartamento, ajudou. Ela nunca me deixou falar sobre isso”.