O sambista Arlindo Cruz, ícone do gênero e figura marcante na cultura brasileira, morreu na sexta-feira (08), aos 66 anos, após enfrentar complicações de saúde decorrentes de um acidente vascular cerebral sofrido em março de 2017.
Desde então, o artista passou por internações, fisioterapias e tratamentos para recuperar movimentos, fala e autonomia. Sua última internação ocorreu em 28 de abril deste ano, para tratar uma pneumonia — problema que enfrentou mais de 30 vezes nos últimos oito anos, segundo a esposa, Babi Cruz.
Cerimônia de despedida
O velório foi realizado no sábado (09), na quadra do Império Serrano, em Madureira, e contou com a presença de familiares, amigos, personalidades e torcedores do samba. A pedido da família, os presentes vestiram roupas claras. O sepultamento aconteceu no domingo (10), às 11h, no Cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap.
Entre os que compareceram, estiveram nomes como Zeca Pagodinho, Regina Casé, Thiago Martins e membros da Velha Guarda do Império Serrano.
O velório como o pai queria
Arlindinho, filho do sambista, contou que a despedida foi organizada de acordo com o desejo de Arlindo Cruz, com cerveja liberada, churrasco e clima de confraternização.
“É a despedida do jeito que ele pediu. Quadra cheia, cerveja liberada pro povo, churrasco. Por mais difícil que fosse fazer isso tudo, não podia não fazer o que ele pediu. Vamos comer, se divertir, lembrar dele com alegria e fazer essa alma encontrar luz o quanto antes porque ele merece.”
Desabafo do filho
Em entrevista durante o velório, Arlindinho destacou o fim do sofrimento enfrentado pelo pai nos últimos anos. “Ele descansou”, afirmou, ao lembrar o impacto do AVC e as dificuldades do tratamento prolongado.
Homenagem nas redes sociais
No dia da morte, Arlindinho publicou uma foto ao lado do pai com a legenda “Valeu”, recebendo inúmeras mensagens de apoio de artistas como César Menotti, Sabrina Sato e Lucio Mauro Filho. Mais cedo, havia divulgado um comunicado oficial da família:
“Com imenso pesar, a família e a equipe de Arlindo Cruz comunicam seu falecimento. Mais do que um artista, Arlindo foi um poeta do samba, um homem de fé, generosidade e alegria, que dedicou sua vida a levar música e amor a todos que cruzaram seu caminho.”
Legado
Segundo Arlindinho, o pai deixa “um legado de luta, de trabalho, de amor ao samba”. Essa herança artística e pessoal, afirmou, permanecerá viva na memória e no coração de milhões de admiradores, inspirando futuras gerações.
