A decisão da Rede Globo de acelerar os bastidores de suas novelas tem gerado desconforto entre profissionais envolvidos nas principais produções da emissora. A estratégia mais recente, antecipar a entrega e gravação dos roteiros, causou polêmica com a equipe de Vale Tudo, remake que será encerrado no próximo dia 17 de outubro. A medida foi apelidada nos corredores da emissora como “o facão da Globo”, e não à toa.
De acordo com informações do portal F5, da Folha de S.Paulo, a emissora vem exigindo que os roteiros das novelas das 18h, 19h e 21h estejam prontos com meses de antecedência em relação à exibição. Isso porque, segundo fontes internas, a mudança tem como principal objetivo otimizar os cronogramas e reduzir custos operacionais. Com os capítulos fechados antes do previsto, há mais tempo para organizar cenários, adiantando gravações e economizando recursos de produção.
Críticas à rigidez criativa e falta de flexibilidade
Por isso, roteiristas e diretores se mostram incomodados com a rigidez da nova política. Vale destacar que, ao antecipar gravações, a emissora reduz drasticamente a margem de manobra para responder à reação do público. Cabe ressaltar que, no passado, era comum que ajustes fossem feitos durante a exibição, especialmente em função da audiência.
Sendo assim, tramas que não agradassem ou personagens que não conquistassem o público poderiam ser alterados — algo praticamente inviável no novo modelo. Dessa maneira, mesmo novelas ainda em exibição já estão com mais de 100 capítulos prontos, como é o caso de Êta Mundo Melhor e da inédita Três Graças, que substituirá Vale Tudo no dia 20 de outubro.
A próxima aposta do horário nobre
Três Graças contará a história de Gerluce (Sophie Charlotte), uma jovem que repete um padrão familiar ao engravidar na adolescência. A trama foca na relação entre três gerações de mulheres e promete fortes emoções.
Além disso, com tantos episódios finalizados antes mesmo da estreia, a expectativa é que a equipe consiga manter a coesão, ainda que limitada na adaptação ao público. Com isso, a Globo caminha para um novo modelo de produção eficiente, mas que, ao que tudo indica, não tem agradado a todos.