Nem sempre os bastidores da vida seguem o roteiro da ficção. E no caso da atriz Teca Pereira, conhecida por sua elogiada atuação como Nise, em Vale Tudo, a realidade ultrapassa a dramaturgia com uma trajetória de superação, arte e resiliência.
Aos 72 anos, a artista compartilha uma história pessoal marcada por abandono, adoção, reencontros e conquistas, dentro e fora dos palcos.
Um início de vida marcado por decisões difíceis
Teca foi entregue pela mãe biológica, uma empregada doméstica, a uma senhora rica para que não fosse enviada ao orfanato, onde já vivia sua irmã mais velha. A mãe, sem condições de criar as duas filhas, se viu forçada a confiar o futuro de Teca aos cuidados de Clarisse, uma vizinha sensibilizada com a situação.
A adoção só foi oficializada quando Teca tinha 6 anos. “Minha vida não teria sido o que foi se não fosse Dona Clarisse”, afirmou em entrevista ao programa Persona, da TV Cultura.

Relações familiares distantes e recomeços
A convivência com a mãe biológica e a irmã era limitada a visitas em datas comemorativas.
“Era uma relação cordial. Porque, na verdade, quem gera o amor é quem está ali com você”, destacou.
Teca só conheceu o pai biológico aos 23 anos, e o encontro, segundo ela, foi “uma experiência terrível”.

A arte como instrumento de transformação
Incentivada pela mãe adotiva, ingressou na Escola Municipal de Bailado, onde se formou em balé clássico.
Mesmo com a formação artística, trabalhou como secretária para conquistar sua independência, e foi nesse período que o teatro entrou definitivamente em sua vida. Com isso, Teca construiu uma carreira sólida em novelas, filmes e peças teatrais.
Reconhecimento nas artes
Teca venceu o Prêmio Mambembe de Melhor Atriz Coadjuvante (1997), o Prêmio Aplauso Brasil (2019) e o Prêmio Arcanjo de Cultura.
Além disso, brilhou em produções como Belíssima, Segunda Chamada e Cidade Invisível. Por isso, sua trajetória é celebrada não apenas por seu talento, mas também por sua força de vida, uma verdadeira inspiração.