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Destaque em Vale Tudo, Regina Duarte detona remake da Globo

Fora das telas, ela assumiu o cargo de secretária especial de Cultura entre 4 de março e 10 de junho de 2020

A atriz Regina Duarte, que interpretou a personagem Raquel Accioly na versão original de “Vale Tudo” exibida entre 1988 e 1989, manifestou insatisfação com a atual reedição da trama. Durante participação em videocast conduzido por Catia Fonseca no YouTube, a artista rejeitou a ideia de novas versões para novelas consagradas.

Segundo ela, refazer obras de grande sucesso representa um gesto desleal com os intérpretes que participaram da primeira exibição.

Críticas à nova versão da novela

Durante a entrevista, a veterana demonstrou desconforto com o atual projeto da TV Globo. Ela considera inaceitável reeditar folhetins que alcançaram alto índice de popularidade. Para ela, os remakes deveriam se limitar a produções que não tiveram êxito em sua primeira transmissão. Ao abordar diretamente o tema, disparou:

“Você tá falando remake, quer dizer o quê? Uma coisa que fez sucesso lá trás tá sendo refeita agora. Eu acho uma traição aos atores. Porque se fez sucesso lá trás… Uma coisa que não deu muito certo, que foi mais ou menos, ok. Quer refazer e aprimorar? Mas uma coisa que foi bem feita, bem recebida, 100% de audiência, ah gente!”.

A atriz também refletiu sobre o fácil acesso ao conteúdo original por meio de plataformas digitais, o que, segundo ela, elimina a necessidade de relançar narrativas antigas:

“Ainda mais hoje, que você entra lá e pode ver cenas dessa novela que tá sendo refeita agora… Eu acho um privilégio viver num mundo em que o que eu fiz há 20 anos atrás tá disponível hoje”.

Possível retorno condicionado à Globo

Mesmo com a crítica, Regina afirmou que não descarta um possível retorno aos folhetins da emissora. No entanto, impôs uma única condição para isso: aceitará atuar apenas em uma nova produção escrita por Manoel Carlos. A atriz colaborou com o autor em três novelas, interpretando personagens chamadas Helena em “História de Amor” (1995), “Por Amor” (1997) e “Páginas da Vida” (2006).

“Olha, com Maneco eu faria qualquer coisa. Se fosse o Maneco, com quem eu fiz três Helenas, fiz outras coisas também, eu não pestanejo. Maneco tem um entendimento do ser humano que é muito raro”.

O roteirista, atualmente com 92 anos, está afastado da televisão desde 2014 por questões de saúde, incluindo o diagnóstico de Parkinson.

Atuação na política e relação com Bolsonaro

Fora das telas, Regina Duarte assumiu o cargo de secretária especial de Cultura entre 4 de março e 10 de junho de 2020. Ao comentar sobre sua participação no governo federal, revelou a razão pela qual aceitou a função:

“Era o Bolsonaro me chamando, um homem que eu admirava e continuo admirando”. Ela também tentou montar uma equipe com profissionais da classe artística, mas encontrou resistência: “Nenhum amigo quis. Eram pessoas que eu achava que podiam contribuir comigo”.

Apesar da breve passagem, considerou a experiência válida para sua trajetória: “Foi importante para a minha vida ver como funciona o jogo político, o chamado ‘chão de plenário’. Quando você tem talento, eles te elogiam assim: ‘Você devia se candidatar’”.