O ator Cauã Reymond, de 45 anos, vem compartilhando com o público aspectos íntimos de sua história familiar, especialmente relacionados ao convívio com sua mãe, Denise Marques, que viveu com o vírus HIV e faleceu em 2019, aos 55 anos, vítima de um câncer no ovário.
Revelações recentes em programas como Altas Horas e Lady Night reacenderam a discussão sobre o estigma que ainda ronda o HIV, mesmo diante dos avanços da medicina.
Infância marcada por desafios
Ainda na infância, Cauã enfrentou situações delicadas e constrangedoras provocadas pelo preconceito social. Ele contou que sofreu com bullying durante anos devido à condição de saúde de sua mãe e pela ausência do pai, que morava em Santa Catarina.
A avó, que criou Denise como mãe solteira e com deficiência física, também adotou a tia de Cauã, diagnosticada com esquizofrenia. Esse cenário, segundo o ator, contribuiu para uma infância solitária e marcada por exclusão social.
“Eu sofri muito bullying, minha mãe era HIV positivo. Minha avó adotou minha mãe, era mãe solteira e deficiente física e a minha tia, que também foi adotada, era esquizofrênica. Eu sofria muito bullying na rua porque meu pai morava em Santa Catarina, então eu não tinha ali uma figura masculina”.
A força vinda do esporte
O ator explicou que encontrou apoio emocional e fortalecimento pessoal ao iniciar a prática do jiu-jitsu, entre os 14 e 15 anos. A disciplina ofereceu a ele uma válvula de escape para a dor emocional e ajudou no desenvolvimento de sua autoestima e confiança.
“Sei que é difícil quando as pessoas olham para mim hoje, mas eu tive uma infância muito, muito difícil, muito delicada, muito rica também, que me ajuda a contar histórias”.
Engajamento social nas redes
Em um vídeo publicado nas redes sociais na sexta-feira (22), Cauã oficializou seu compromisso com a causa, assumindo papel ativo na conscientização sobre o HIV.
Na legenda, destacou que a partir daquele momento passaria a compartilhar iniciativas, perfis e entidades engajadas na luta contra o preconceito e na disseminação de informações.
“Essa semana falei sobre minha mãe, que viveu com HIV, no programa da Tata Werneck e relembramos também meu depoimento no programa do Serginho Groisman. A partir de hoje, eu compartilho com vocês algumas pessoas, instituições e órgãos que estão na batalha contra o preconceito e trazendo muita informação a todos”.
Um relato que inspira
O depoimento de Cauã também destacou o esforço de sua família durante o período mais difícil da doença de Denise. Ele relembrou que sua mãe sonhava em adotar uma menina, pois não teve uma infância positiva e desejava oferecer aquilo que lhe faltou.
O ator atribui à mãe grande parte de sua sensibilidade artística e capacidade de interpretação.
“Minha mãe foi adotada e viveu um câncer desgraçado. Foi muito difícil. Eu e meu irmão seguramos essa onda… minha mãe teve uma vida muito, muito, muito difícil, fez escolhas muito erradas. Porque a vida às vezes te fornece possibilidades e eu sou muito grato, porque tenho a sensação que minha vida poderia estar muito diferente do que está”.