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Dudu Nobre é sincero após morte de Arlindo Cruz

A morte do sambista Arlindo Cruz, ocorrida na sexta-feira (08 de agosto), aos 66 anos, mobilizou homenagens de amigos e admiradores. Entre eles, Dudu Nobre prestou um tributo emocionado durante o programa “É de Casa”, na manhã de sábado (09 de agosto). O cantor participou da atração para celebrar os dez anos do programa, mas a lembrança do amigo marcou a sua participação.

Arlindo Cruz enfrentava desde 2017 as sequelas de um acidente vascular cerebral (AVC). Conforme Dudu, o período foi de muita luta e coragem por parte do compositor, que se tornou referência no samba brasileiro por suas mais de mil composições. O velório foi marcado para sábado, na quadra do Império Serrano, enquanto o sepultamento estava previsto para domingo (10 de agosto), no Cemitério Jardim da Saudade, no Rio de Janeiro.

No programa, Dudu comandou um repertório em homenagem ao amigo, interpretando sucessos como “O Show Tem Que Continuar”, eternizado por Arlindo. O sambista destacou que a missão agora é preservar o legado deixado pelo parceiro, ressaltando a importância de manter viva a memória de quem ajudou a escrever a história do gênero.

“A gente já estava se preparando, o nosso guerreiro, o nosso gigante descansou. Ele lutou, um combate, uma guerra muito forte. Nossa missão é eternizar esse grande nome do samba. Para mim foi um privilégio poder conviver e viver no mesmo tempo que o Arlindo Cruz. Perda doída.”

A amizade entre os dois começou cedo, quando Dudu tinha apenas cinco anos. Desde então, compartilharam palcos, composições e momentos pessoais, fortalecendo um vínculo que ia além da música. O cantor descreveu Arlindo como um parceiro leal e presente, sempre disposto a oferecer palavras de incentivo.

“Para quem conviveu, era um parceiro meu de música, a gente sempre estava junto, um amigo fantástico, aquele que está em casa, pega o telefone e te liga: ‘aí meu compadre, está complicado aí, mas vai melhorar’.”

Além das lembranças musicais, Dudu relembrou o papel de Arlindo como representante do subúrbio carioca e da forma simples e alegre de viver. Para ele, essa essência marcou a trajetória do sambista e merece ser celebrada junto com a sua obra.

“Ele está fazendo muita falta já para a gente, desde o acidente. Ele representa o subúrbio, aquela maneira de viver a vida como se vivia antigamente, bem. Hoje vai ser um chamado e uma grande festa que o Arlindo merece.”

A família de Arlindo pediu que os presentes no velório usassem roupas claras, simbolizando a luz e a alegria que ele transmitia. O clima de despedida, contudo, também foi de celebração de uma vida dedicada ao samba e à cultura popular brasileira.