Desde março de 2025, Arlindo Cruz está internado em uma unidade hospitalar no Rio de Janeiro. O cantor de 66 anos foi diagnosticado com pneumonia, o que agravou seu estado geral de saúde. A infecção é causada por uma bactéria resistente, e, embora o quadro esteja estável, ele já não responde mais aos estímulos como anteriormente .
A esposa do artista, Babi Cruz, relatou que ele vive em um estado de inconsciência definitiva. Conforme compartilhou na biografia “O Sambista Perfeito”, escrita pelo jornalista Marcos Salles, a condição de Arlindo se manteve grave mesmo após múltiplas cirurgias.
Ela lembrou que ainda nutria esperanças na terceira intervenção, mas ouviu de um neurocirurgião que “ele não volta mais” .
Impacto emocional e rotina familiar
A trajetória desde o Acidente Vascular Cerebral hemorrágico, ocorrido em 17 de março de 2017, transformou profundamente a dinâmica familiar. Segundo Babi, os primeiros sinais de melhora, como segurar objetos e interagir minimamente, desapareceram com o tempo. Atualmente, Arlindo permanece “bem dentro do mundinho dele, do universo dele. Bem distante” .
Além de lidar com os cuidados intensivos, a companheira revelou o desgaste físico e psicológico que sofreu. “Ninguém viu a Babi emagrecer 25 kg e depois engordar mais de 30. Ninguém viu o cabelo da Babi cair todo e eu ficar quase careca, tendo que usar peruca. Ninguém viu o meu sofrimento, a minha solidão, a minha depressão”, e completou:
“Conheci o buraco mais fundo do que o fundo do poço. Meus filhos diziam: ‘Mãe, você vai morrer e meu pai vai ficar aí’. Eu só tomava água, café, remédio para depressão e fumava cigarro. Foram cinco anos e meio dormindo sozinha”.
Recomeço afetivo e críticas
A escritora da biografia revelou que, após anos de solidão e esgotamento, iniciou uma nova relação amorosa. O relacionamento com André Caetano foi assumido publicamente em fevereiro de 2023. Apesar de manter o afeto e os cuidados com o ex-integrante do grupo Fundo de Quintal, Babi decidiu seguir adiante em aspectos emocionais.
Em seu depoimento, ela reforça que o motivo para buscar um novo companheiro não foi a ausência de intimidade, mas a necessidade de preencher o vazio emocional.
“Não foi a falta de sexo que me fez pensar num novo relacionamento. Foi a solidão. Eu passei a minha vida casada, com meu marido do meu lado, entre idas e vindas, como qualquer relacionamento, e essa solidão foi o que somou para que eu pudesse abrir meu coração. A gente só tem essa vida. Não sou separada, não sou viúva, nem solteira. Tenho um marido com o diagnóstico de inconsciência definitiva” .
Biografia e bastidores
A obra lançada em julho de 2025 apresenta não apenas as memórias da trajetória profissional de Arlindo, mas também bastidores pessoais, incluindo desafios conjugais, episódios de dependência química e episódios de superação após traições. Segundo a autora, os relatos têm o objetivo de mostrar a complexidade de uma vida marcada por conquistas musicais e lutas pessoais.
Além de documentar os anos de convivência e dificuldades desde o acidente vascular cerebral, o livro também registra a tentativa da família de manter acesa a esperança de uma recuperação, mesmo diante de um diagnóstico clínico sem perspectiva de reversão.