A confirmação do retorno da Fórmula 1 à Globo, a partir da temporada de 2026, representou uma virada significativa para o jornalismo esportivo no Brasil. A Band, que detinha os direitos desde 2021, encerra sua trajetória com a principal categoria do automobilismo ao fim deste campeonato.
A decisão da Fórmula 1 foi comunicada oficialmente na sexta-feira (11), consolidando um novo acordo válido até 2028. O pacote inclui 15 Grandes Prêmios com exibição aberta, além da cobertura completa nos canais por assinatura SporTV e na plataforma Globoplay.
A jornalista Mariana Becker, presença constante nos circuitos internacionais durante os últimos anos, não seguirá com a categoria na nova emissora. Ainda sem destino confirmado, ela permanece na cobertura da atual temporada, mas vê o futuro indefinido a partir do encerramento do contrato com a Band.
Impacto emocional e reconhecimento do público
Em entrevista ao Notícias da TV, Mariana descreveu a saída da cobertura da Fórmula 1 como um processo doloroso, ainda que não inesperado.
“A mudança em si era algo que, de certa forma, já vínhamos esperando desde o ano passado, ainda que sem saber exatamente o que iria acontecer. Em alguns momentos, tínhamos certeza de que ela viria; em outros, não”, explicou.
Segundo a repórter, a oficialização da mudança provocou reflexões profundas: “Para mim, não foi exatamente um choque. Mas foi doloroso. Foi o fim de um projeto de muito sucesso, que foi incrível de fazer e muito importante na minha carreira. Um projeto delicioso mesmo, que me trouxe muito aprendizado e reconhecimento”.
Repercussão e mobilização nas redes
A comoção dos torcedores com o desligamento da jornalista foi outro ponto destacado por ela. “Eu realmente não imaginava que as pessoas estivessem tão envolvidas com isso. Também não fazia ideia de que tanta gente me via como a pessoa que as fez gostar da Fórmula 1, ou como aquela que contava a Fórmula 1 pra elas”, afirmou.
Em determinado momento, Mariana chegou a figurar entre os tópicos mais comentados da rede X, reflexo da conexão construída com o público brasileiro.
“Recebi muitas mensagens, inclusive vídeos, e fiquei extremamente emocionada. Foi um momento de transição na vida, e acho que todo mundo se sensibiliza quando passa por uma grande mudança. Teve hora que eu estava com amigos, precisei sair um pouco, parar de olhar as mensagens, porque fiquei muito emocionada mesmo. A gente se emociona, não tem como”.
Incertezas profissionais
Apesar da longa trajetória dedicada à cobertura da Fórmula 1, a repórter declarou à Folha de S.Paulo que ainda não tem definição sobre o futuro na televisão. “Se é a minha despedida das pistas, ainda não sei”, declarou, revelando que está diante de uma encruzilhada profissional.
O ciclo iniciado em 2021, que contou com Mariana, Sergio Maurício, Reginaldo Leme, Felipe Giaffone e Max Wilson como principais nomes do time de transmissão, ainda não tem previsão de continuidade em outro canal. Nenhum desses profissionais, até o momento, foi confirmado na nova cobertura que será conduzida pela Globo a partir do próximo ano.
