Juliana Marins, brasileira de 26 anos, foi encontrada morta nesta terça-feira (24) pelas equipes de resgate na Indonésia. O anúncio foi feito por sua família nas redes sociais: “Com imensa tristeza, informamos que ela não resistiu. Seguimos muito gratos por todas as orações, mensagens de carinho e apoio que temos recebido”.
A publicitária carioca caiu durante uma trilha no Monte Rinjani, na Ilha de Lombok, na última sexta-feira (20), quando fazia um mochilão pela Ásia. O acidente aconteceu após ela ser deixada sozinha pelo guia local por mais de uma hora, conforme relato da irmã, Mariana Marins.
Dinâmica do acidente
De acordo com informações das autoridades do Parque Nacional de Rinjani, Juliana e outros seis turistas estavam acompanhados por dois guias quando começaram a trilha na madrugada de sábado (21) no horário da Indonésia, ainda tarde da sexta (20) no horário de Brasília. A jovem, visivelmente cansada, teria pedido para descansar. O grupo seguiu em frente, deixando-a sozinha.
O guia Ali Musthofa, de 20 anos, afirmou que “não a deixou”, mas apenas “esperou três minutos à frente”. Segundo ele, ao retornar, percebeu a queda ao ver uma lanterna e ouvir pedidos de socorro a cerca de 150 metros de profundidade: “Tentei desesperadamente dizer a Juliana para esperar por ajuda”.
Buscas e dificuldades no resgate
As operações de resgate enfrentaram obstáculos significativos. As equipes desceram um desfiladeiro equivalente à altura do Corcovado e montaram um acampamento avançado próximo ao local da queda. Ainda assim, fatores como a neblina, o terreno íngreme e a limitação das cordas comprometeram os trabalhos.
Inicialmente, cogitou-se o uso de helicópteros, mas as condições climáticas desfavoráveis impediram a decolagem. Juliana foi avistada por drones ainda na segunda-feira (23), mas já estava imóvel a cerca de 500 metros abaixo da trilha. Na manhã desta terça, estimava-se que o corpo estava 650 metros abaixo do ponto de queda.
Segundo relatos, a vítima estava vestindo apenas calça jeans, camiseta, luvas e tênis, sem água ou comida desde a sexta. Havia suspeita de fratura em uma das pernas, o que dificultava sua mobilidade.
Durante os dias de buscas, circularam nas redes sociais boatos de que a jovem teria sido localizada com vida e recebido suprimentos. A irmã, Mariana Marins, desmentiu essas informações publicamente, esclarecendo que Juliana não havia recebido qualquer ajuda e seguia em situação crítica.
“Ela estava sozinha, imóvel, em um local de difícil acesso. A falta de precisão nas notícias aumentou o sofrimento de todos nós”, escreveu.
Repercussão e apoio institucional
O pai de Juliana, Manoel Marins, comunicou que embarcou nesta terça-feira para Bali a fim de acompanhar os desdobramentos diretamente do local. Ele relatou que enfrentou dificuldades em Lisboa devido ao fechamento do aeroporto de Doha, por conta de conflitos envolvendo Irã e Estados Unidos.
O Itamaraty, por sua vez, confirmou o apoio à família. O embaixador brasileiro em Jacarta manteve contato com o governo local, e dois funcionários da diplomacia brasileira foram deslocados para prestar assistência presencialmente.
Perfil da vítima
Juliana era natural de Niterói (RJ), formada em Publicidade pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e também atuava como dançarina de pole dance. Desde fevereiro, percorria países do Sudeste Asiático, como Filipinas, Vietnã e Tailândia, até chegar à Indonésia.