O humorista Léo Lins voltou a provocar polêmica em seu mais recente espetáculo, Enterrado Vivo, que estreou no Teatro Gazeta, em São Paulo, com casa cheia e cerca de 720 pessoas presentes.
A apresentação reacendeu debates sobre os limites do humor, especialmente após a condenação do comediante por discursos considerados discriminatórios, que lhe renderam uma pena superior a oito anos de prisão.
Ironia e provocações em um show cercado de controvérsias
Durante a performance, Léo Lins não poupou temas sensíveis e usou o sarcasmo para falar sobre sua situação judicial. Entre os momentos mais controversos, vale destacar sua piada sobre a cantora Preta Gil e a luta dela contra o câncer.
“A Preta Gil veio me processar por causa de uma piada de anos atrás. Três meses depois que chegou o processo, ela apareceu com câncer. Bom, parece que Deus tem um favorito. Acho que ele gostou da piada. E pelo menos ela vai emagrecer”, afirmou, arrancando risos e aplausos da plateia.
Sendo assim, o espetáculo mantém o tom ácido que marcou a carreira do humorista, com piadas que abordam negros, pessoas com deficiência, obesos, pedofilia e até nazismo. Isso porque Lins defende que tudo no palco é uma construção de personagem, que não deve ser levado ao pé da letra.
Medidas rigorosas para evitar vazamentos e críticas
Portanto, para evitar novos processos e vazamentos, o show proíbe o uso de celulares. Os aparelhos dos espectadores são lacrados em sacos pretos, conforme determinação dos advogados do artista.
Léo Lins provocou diretamente o sistema judicial ao comparar sua pena com a de homicidas primários.
“A mensagem é: não seja preconceituoso, mate”, disse, ironizando a disparidade entre punições e provocando reflexões sobre liberdade de expressão e limites do humor.
Além disso, ele declarou que as tentativas de silenciamento só ampliam sua audiência: “Até surdo já me escuta”.
Dessa maneira, o comediante reafirma seu posicionamento de que o humor é uma forma de expressão irreverente, ainda que controversa.