A modelo taiwanesa Cai Yuxin, de 40 anos, faleceu após complicações decorrentes do uso indevido de um anestésico durante um procedimento estético em Taipé. Reconhecida no país por atuar em eventos de montadoras de veículos, Cai buscava tratamento para insônia crônica quando recorreu à Fairy Clinic, recomendada por uma amiga próxima.
Na clínica, Cai foi submetida à aplicação de propofol, um sedativo intravenoso apelidado de “injeção de leite” por sua coloração branca. O medicamento foi administrado pelo médico Wu Shaohu, conhecido por seus procedimentos de lipoescultura, que, após a aplicação, se ausentou do local e deixou a paciente sob os cuidados de um assistente sem qualificação em enfermagem.
Segundo os relatórios divulgados, uma falha na configuração da bomba de infusão fez com que a substância fosse liberada em quantidade muito superior ao recomendado. O erro provocou uma parada cardíaca e respiratória quase imediata. Apesar das tentativas de reanimação orientadas por videochamada, Cai entrou em coma e foi hospitalizada em estado crítico.
A modelo permaneceu inconsciente por 18 dias. Na quinta-feira (12 de junho), a família decidiu desligar os aparelhos de suporte vital. A decisão provocou comoção, e uma amiga próxima chegou a suplicar que os familiares aguardassem mais tempo antes de interromper o tratamento. O episódio gerou grande repercussão pública e discussões sobre a conduta médica envolvida.

O Ministério da Saúde de Taiwan informou que o propofol é uma substância controlada, permitida apenas em ambientes hospitalares sob monitoramento especializado. “Tratar insônia com propofol em clínicas não é apenas inadequado, é completamente fora dos padrões médicos aceitáveis”, destacou um representante do governo.
Wu Shaohu agora responde a investigações por prática ilegal da medicina, negligência e violação da Lei de Assistência Médica. Além disso, suspeita-se que imagens de segurança da clínica tenham sido apagadas, o que pode agravar sua situação legal.