Durante participação no 14º Olhar de Cinema, em Curitiba, Marieta Severo foi taxativa ao comentar a possibilidade de um reencontro do elenco de A Grande Família. Ao ser questionada sobre o tema, a atriz respondeu com firmeza:
“Outro reencontro da Grande Família? Não! Eu já tenho idade pra ser a avó da Nenê. Eu não sou nostálgica! Precisamos de novas histórias”.
Aos 78 anos, a intérprete da icônica personagem da série exibida entre 2001 e 2014 usou de bom humor para rejeitar qualquer envolvimento em novas versões da produção. “De novo? Pelo amor de Deus, estou parecendo a avó da dona Nenê. Não posso”, afirmou em entrevista ao site CinePop.
Sucesso de público e crítica ainda repercute
Exibida originalmente na Globo, A Grande Família marcou a teledramaturgia nacional com duas fases distintas. A primeira foi ao ar entre 1972 e 1975. Já a releitura, lançada em 2001, permaneceu na grade até 2014, totalizando 14 anos de exibição contínua. A comédia retratava, com leveza e crítica social, o cotidiano de uma família de classe média no subúrbio do Rio de Janeiro.
O elenco era composto por Marieta no papel de Nenê, Marco Nanini como Lineu, Pedro Cardoso interpretando Agostinho Carrara e Guta Stresser como Bebel. O seriado chegou a receber indicação ao Emmy Internacional em 2008, na categoria de melhor ator, pelo desempenho de Pedro Cardoso.
Crítica contundente à onda de refilmagens
Além de rejeitar um retorno à comédia, Marieta fez críticas diretas à atual tendência de refilmagens que vem ganhando espaço em emissoras e plataformas de streaming. “Não apoio essa onda. Não gosto de nostalgia. Os temas são esses, temas humanos, mas a maneira de contar tem que ser nova, criativa”, declarou a artista.
Segundo ela, o audiovisual brasileiro deveria investir mais em propostas autorais. “Temas humanos são atemporais, mas o jeito de abordar esses temas precisa evoluir com o tempo”, concluiu.
Panorama atual e recepção de remakes
Nos últimos anos, a Globo apostou na readaptação de novelas consagradas como Pantanal (2022), Elas por Elas (2023), Renascer (2024) e, mais recentemente, Vale Tudo (2025). Contudo, apenas a releitura do clássico ambientado no Pantanal atingiu índices significativos de audiência e repercussão pública. As demais produções não repetiram o êxito dos originais.
Ao comentar sobre a onda de nostalgia, Marieta reforçou a necessidade de ousadia nos formatos e estilos narrativos. A atriz, que também brilhou em novelas como Verdades Secretas (2015) e Um Lugar ao Sol (2021), reafirmou sua preferência por narrativas originais e criativas.