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Médico se declara culpado por envolvimento na morte de Matthew Perry

Um dos principais nomes ligados à investigação da morte do ator Matthew Perry assumiu responsabilidade por sua conduta diante da Justiça dos Estados Unidos. O médico Salvador Plasencia, de 43 anos, declarou-se culpado por quatro acusações relacionadas à distribuição ilegal de cetamina, substância encontrada no organismo do artista no momento do óbito, ocorrido em outubro de 2023.

Plasencia figura entre os cinco investigados pelo fornecimento da droga ao intérprete de Chandler Bing na série “Friends”. Conforme o Departamento de Justiça do Distrito Central da Califórnia, a audiência de sentença está agendada para o dia 3 de dezembro. A pena pode chegar a 40 anos de prisão, além de multa superior a US$ 2 milhões, aproximadamente R$ 11 milhões, conforme a cotação atual.

Embora a defesa afirme que Plasencia não tenha sido o responsável direto pela dose fatal, o próprio médico admitiu que entregou ao ator cerca de 20 porções de cetamina injetável no intervalo de duas semanas, durante o ano de 2023. Ainda segundo as autoridades, o fornecimento da substância teria ocorrido em circunstâncias fora dos protocolos médicos e mediante pagamento acima dos valores de mercado.

A investigação aponta que Perry fazia uso do anestésico em sessões terapêuticas supervisionadas, com objetivo de tratar episódios de depressão. Contudo, promotores afirmam que o ator teria desenvolvido dependência da substância, usada inclusive em ambientes festivos por suas propriedades psicodélicas.

Outros envolvidos no caso também já firmaram acordos judiciais. O médico Mark Chavez confessou, ainda em 2023, participação no fornecimento da droga. O assistente pessoal de Perry, além de outro colaborador, se declararam culpados no ano passado por conspiração para distribuir cetamina. Já Jasveen Sangha, apontada pelas autoridades como traficante de alto padrão e supostamente responsável pela dose que vitimou o ator, ainda não reconheceu culpa.

O cenário legal enfrentado por Plasencia inclui, além da perda definitiva da licença médica, o pagamento de multa obrigatória e o cumprimento de liberdade supervisionada, caso condenado. Em nota enviada por seus advogados, o médico declarou arrependimento: “Ele está profundamente arrependido pelas decisões de tratamento que tomou ao fornecer cetamina a Matthew Perry”.

Ainda segundo os representantes, Plasencia reconhece que falhou ao não proteger um paciente considerado vulnerável por sua dependência química. “Ele aceita total responsabilidade ao declarar-se culpado pela distribuição de drogas”, afirmou a defesa.

Enquanto isso, as investigações seguem em curso para identificar a responsabilidade individual de cada envolvido na cadeia de distribuição ilegal da substância, considerada de uso restrito nos Estados Unidos.