O influenciador Felipe Bressanim, conhecido como Felca, se manifestou neste domingo (15) sobre a prisão de Hytalo Santos e de seu marido, Israel Nata Vicente, ambos detidos em Carapicuíba, na região metropolitana de São Paulo.
A detenção ocorreu após a divulgação de um vídeo produzido pelo próprio Felca, no qual ele denuncia práticas de “adultização” de menores em conteúdos publicados nas redes sociais por Hytalo.
“Eu espero que esse seja só o primeiro passo”, afirmou Felca em vídeo publicado após a prisão. Em sua declaração, o criador de conteúdo reiterou a gravidade das acusações, mencionando que as plataformas digitais estavam, segundo ele, impulsionando materiais que exploram crianças e adolescentes de forma indevida.
“Esse sistema todo precisa ser responsabilizado”, completou.
Prisão preventiva de Hytalo Santos
Hytalo Santos foi preso preventivamente na manhã de sexta-feira (15), por determinação da Justiça da Paraíba, a pedido do Ministério Público do estado (MP-PB). A prisão também alcançou seu companheiro, Israel Nata Vicente.
Ambos são investigados por suspeita de exploração sexual infantil e tráfico humano. Conforme informado pelo MP-PB, a medida foi considerada necessária para evitar destruição de provas e possível intimidação de testemunhas.
Os advogados de defesa classificaram a decisão judicial como “medida extrema”. Segundo nota assinada pelos escritórios Ueno & Kompier Abib Advogados e Cassimiro & Galhardo Advogados, a equipe ainda não teve acesso completo ao conteúdo da decisão, mas garantiu que tomará providências legais, inclusive o eventual ingresso com pedido de habeas corpus.
🚨ASSISTA: Momento exato em que Hytalo Santos chega à delegacia algemado. pic.twitter.com/q5F9bni9UJ
— CHOQUEI (@choquei) August 15, 2025
Conteúdo denunciado e impactos legais
Felca foi o responsável por popularizar nas redes sociais o termo “adultização”, ao denunciar publicações de Hytalo em que adolescentes, referidos como “filhos” e integrantes da “turma do Hytalo”, apareciam dançando e interagindo em contextos com conotação sexual.
Segundo Felca, o conteúdo se espalhava por meio de algoritmos, alimentando redes de pedofilia.
Com mais de 20 milhões de seguidores, o canal de Hytalo já estava sendo investigado desde o fim de 2023. As denúncias envolvem não apenas o teor dos vídeos, mas também o uso de mão de obra artística infantojuvenil e a suposta omissão dos pais das crianças, que teriam recebido benefícios em troca da participação dos filhos.
Decisões judiciais e ações nas redes
Antes mesmo da prisão, a Justiça paraibana havia determinado a suspensão das contas de Hytalo nas redes sociais, proibindo qualquer monetização e contato com menores. O TikTok informou que já havia banido os perfis do influenciador em abril de 2023 e novamente em junho de 2025, como parte das medidas para coibir esse tipo de prática.
Além disso, após a repercussão do vídeo de Felca, o Congresso Nacional passou a receber propostas legislativas focadas na regulamentação e combate à exploração de menores na internet.
A situação mobilizou figuras públicas e ampliou o debate sobre o papel das redes sociais na disseminação de conteúdos sensíveis envolvendo crianças e adolescentes.
