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Primeira entrevista de Nego Di após prisão viraliza: ‘Encurralado…’

Dilson Alves da Silva Neto, conhecido como Nego Di, foi condenado na terça-feira (10) a 11 anos e oito meses de prisão por crimes de estelionato relacionados à loja virtual Tadizuera, plataforma que comercializava produtos sem entregá-los.

Conforme a Justiça, mais de 370 consumidores foram lesados. Em entrevista concedida ao jornalista Roberto Cabrini, veiculada no programa Domingo Espetacular, o humorista tentou se desvincular das fraudes, afirmando: “Eu também fui enganado”.

Segundo o ex-participante do Big Brother Brasil, a ideia do negócio partiu de Anderson Bonetti, a quem ele acusou de ser um “estelionatário profissional”. Apesar de ter promovido o empreendimento como sendo seu nas redes sociais, Nego Di alegou que jamais teve acesso aos contratos prometidos pelo suposto sócio.

“A loja não era minha. Eu confiei numa pessoa que eu não conhecia direito”, declarou, acrescentando que só descobriu o golpe quando já era tarde. “Coloquei a cara dele nas redes, falei onde ele morava, expus a esposa dele. Aí ele parou de me responder”, afirmou.

Prisão, dificuldades e arrependimento

O comediante relatou ter enfrentado condições degradantes no período em que esteve encarcerado. Ele mencionou episódios de depressão, perda de 33 quilos e dificuldades básicas. “Eu cheguei a ficar 72 horas seguidas sem comer nada”, disse, revelando ainda que usava medicamentos para dormir e acordar.

Nego Di destacou o impacto social da condenação: “Quando alguém quer me ofender, me chama de estelionatário e de ex-presidiário. Eu preciso ser tratado com Justiça”. De acordo com ele, todos os clientes que constam no processo foram ressarcidos, exceto uma pessoa que recusou o reembolso.

“Eu me arrependo de ter confiado nessa pessoa. Mas eu não sabia que estava sendo enganado também”, enfatizou.

Suposta doação às vítimas das enchentes

Outro ponto controverso abordado na entrevista foi a alegação de que o ex-BBB teria doado R$ 1 milhão às vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul. Posteriormente, extratos bancários indicaram que o valor real transferido foi de apenas R$ 100.

O humorista se defendeu afirmando que o valor simbólico foi acordado previamente com os organizadores de uma vaquinha online: “Teve uma ideia de criar um comprovante simbólico de R$ 1 milhão. Eu doei metade desse valor e acordei de pagar o resto parcelado”, disse.

Segundo ele, a atitude teve o propósito de gerar impacto positivo durante a tragédia: “Foi uma mentira que fez uma diferença no Estado”.

Situação atual e perspectivas

Atualmente, Nego Di afirma estar financeiramente prejudicado, com as contas bloqueadas e o fechamento de seu restaurante. Declarou que vive com o apoio da esposa, que atua como microinfluenciadora. Impedido judicialmente de atuar nas redes sociais, o humorista reconheceu o peso da pena: “Eu vou sair depois dos meus 40. Perco uma parte da minha vida por um crime que eu não cometi”.

Em tom de desabafo, concluiu: “Tem dias que eu acordo e penso: ‘Quando esse pesadelo vai acabar?’”.