Aos 12 anos, Renato Góes foi diagnosticado com vitiligo, doença caracterizada pela perda de pigmentação em regiões da pele. O primeiro sinal surgiu como uma mancha na coxa esquerda. O ator relatou que, na época, enfrentava um período de intensa instabilidade emocional, causado principalmente pelo divórcio dos pais, mudanças escolares e as inseguranças típicas da adolescência.
Segundo ele, o vitiligo se desenvolveu como resposta direta a esses abalos. “Ficava envergonhado. Na escola, ia só de calça. Na praia, de bermuda”, revelou em entrevista à revista GQ Brasil.
Ainda durante a juventude, Renato passou a conviver com pesadelos nos quais a mancha se espalhava pelo rosto. Isso o levou a buscar acompanhamento psicológico. A decisão de procurar ajuda profissional marcou o início de um processo de aceitação. Com o tempo, ele retomou a rotina de frequentar praias em Recife e voltou a usar sunga.
“Bruscamente, a mancha diminuiu e hoje é muito pequena”, afirmou. No entanto, ele destacou que a mudança mais significativa não foi a redução da lesão, mas a maneira como passou a lidar com os desafios da vida:
“O mais importante disso não é que a mancha encolheu, mas como eu passei a lidar com grandes desafios. Hoje, me sinto preparado para lidar com as coisas da melhor maneira possível”.
Família e vida pessoal
Atualmente, Renato é casado com a atriz e apresentadora Thaila Ayala. O casal tem dois filhos: Francisco, de 3 anos, e Tereza, de 2. A rotina familiar tem sido compartilhada de forma pública nas redes sociais do artista, revelando momentos íntimos como o aniversário da filha e a primeira ida do filho ao estádio de futebol.
Identidade cultural e sotaque
Em sua trajetória artística, Renato sempre fez questão de preservar sua identidade regional. Mesmo tendo sido orientado a neutralizar o sotaque, ele manteve o jeito pernambucano de falar em seus papéis. No remake de Vale Tudo, onde interpreta Ivan Meireles, essa escolha permanece evidente.
Segundo ele, o uso do sotaque nordestino representa mais do que um traço pessoal.
“O sotaque nordestino parece não ter liberdade para invadir o Brasil, chegar ao topo, e precisa derrubar as barreiras. Usá-lo não é só uma reparação histórica, mas também a construção de uma nova história de país”.
Superação e maturidade
A vivência com o vitiligo, embora difícil, transformou-se em aprendizado. Renato afirmou que passou a enxergar o lado positivo das situações, inclusive nas adversidades da carreira.
“Quando perco um trabalho, sei que vai vir algo melhor. Isso acontece com tudo. Ao ver o lado bom das coisas, acabei lidando da melhor forma com a vida e fui recompensado por isso”.
