Rodrigo Santoro foi o nome central da abertura do 53º Festival de Cinema de Gramado, realizada na sexta-feira (15 de agosto). Prestes a completar 50 anos, o ator celebrou também três décadas de carreira e recebeu o Kikito de Cristal, uma das mais prestigiadas honrarias do evento.
“Acho que a idade não define uma pessoa, né? Essa questão da idade é muito mais simbólica. Claro, geneticamente, você vai avançando na vida, avançando na idade, e vai sentindo no corpo, na disposição… Tudo”, disse.
A cerimônia teve início com o tradicional tapete vermelho substituído por um tapete azul, referência ao filme O Último Azul, exibido logo após a premiação. Santoro atravessou o espaço ao lado da esposa, Mel Fronckowiak, e de seus pais, sendo aplaudido intensamente pelo público presente.
Em meio à programação, o ator deixou sua marca na Calçada da Fama de Gramado, gesto que simbolizou a eternização de sua trajetória. Durante o discurso, destacou a relevância de cada passo da carreira e reforçou a ligação com o Brasil.
“Nunca separei minha carreira no Brasil e a minha carreira internacional. Sempre foi uma jornada só, mas meu coração é absolutamente brasileiro”.
Outra fala marcou o momento em que o artista relembrou o início da vida profissional e refletiu sobre os aprendizados adquiridos ao longo do tempo.
“Passa um filme inteiro na minha cabeça. São 32 anos desde que tudo começou. Eu tinha 18 anos e vou completar 50 na semana que vem. Nesse tempo, aprendi que fronteiras só existem na geografia. A nossa essência, as nossas dores e verdades são universais. Trabalhei em muitos países, em muitas línguas, mas minha essência e meu coração sempre foram muito brasileiros”.
O reconhecimento emocionou Santoro, que dividiu a conquista com familiares e dedicou o troféu ao setor independente do cinema nacional.
“É muita história, muitos sentimentos. Não tenho vergonha de me emocionar. Agradeço a minha esposa, minha companheira, meu amor que me aguenta. E dedico esse prêmio ao cinema brasileiro independente”.
Além da homenagem, o ator apresentou O Último Azul, longa de Gabriel Mascaro que havia estreado no Festival de Berlim e conquistado o Urso de Prata. A produção chega ao circuito brasileiro em 28 de agosto e traz Santoro no papel de um barqueiro que cruza o caminho da personagem vivida por Denise Weinberg.
Anteriormente, em 2014, Santoro já havia sido reconhecido em Gramado com o Troféu Cidade de Gramado. Dessa vez, a conquista ocorreu em uma edição que se estende até o dia 23 de agosto, reafirmando a importância do festival para o cinema brasileiro e latino-americano.