O cantor Mauro Davi Nepomuceno dos Santos, conhecido como Oruam, permanece detido em cela individual na Penitenciária Dr. Serrano Neves, no Complexo de Gericinó, em Bangu. A custódia foi confirmada após audiência realizada na tarde de quarta-feira (23), que validou a legalidade da prisão. A decisão foi tomada pela juíza Rachel Assad da Cunha, que não encontrou indícios de irregularidade no processo de detenção.
Inicialmente, Oruam foi levado ao Presídio José Frederico Marques, em Benfica, por volta das 19 horas (horário de Brasília) de terça-feira (22). Contudo, ainda durante a noite, houve transferência para Bangu, onde o artista se encontra isolado dos demais internos, seguindo os protocolos definidos pela Secretaria de Administração Penitenciária do Estado do Rio de Janeiro (Seap).
A transferência foi motivada por questões de segurança, embora a Seap não tenha detalhado os motivos específicos. O rapper está sob regime de quatro refeições diárias, com alimentação padronizada do sistema penitenciário. Na primeira noite, jantou feijoada acompanhada de farofa de milho, salada e suco, e recebeu pão com manteiga e suco na ceia. O café da manhã contou com café com leite e pão, seguido de almoço com frango, arroz, feijão, cenoura cozida, beterraba ralada e suco.
A prisão de Oruam ocorreu após a Justiça do Rio decretar um mandado preventivo. O artista se apresentou voluntariamente na Cidade da Polícia, acompanhado da mãe e da namorada. Segundo a Polícia Civil, ele teria impedido a apreensão de um menor envolvido com tráfico e roubos, o que desencadeou a ordem de prisão.
O inquérito policial resultou em sete acusações formais contra o cantor: tráfico de drogas, associação para o tráfico, resistência qualificada, lesão corporal, ameaça, desacato e dano ao patrimônio público. Se condenado com as penas máximas previstas — com exceção da lesão corporal considerada leve — ele poderá cumprir até 34 anos e 6 meses de reclusão.
A investigação aponta que a residência de Oruam funcionava como abrigo para criminosos e foragidos. Imagens com supostos líderes do Comando Vermelho foram apresentadas pela polícia, que relaciona o cantor à facção. De acordo com a corporação, ele é filho de Marcinho VP, apontado como liderança da organização criminosa, mesmo detido fora do estado.
Após se entregar, o próprio artista gravou uma declaração pública: “Só pedir desculpa mesmo. Dizer que eu amo muito meus fãs. Eu vou dar volta por cima, tropa. Estou com Deus e tá tranquilão. Sou forte!”.
