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Saiba o motivo para Cristiano Ronaldo ter presenteado Donald Trump

Durante a cúpula do G7, realizada em Kananaskis, no Canadá, na segunda-feira (16), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, foi presenteado com uma camisa da seleção portuguesa autografada por Cristiano Ronaldo. A entrega foi feita pelo português António Costa, atual presidente do Conselho Europeu e ex-primeiro-ministro de Portugal.

O gesto do jogador foi acompanhado de uma mensagem escrita à mão na camisa: “To President Donald J. Trump, Playing for Peace” — “Ao presidente Donald Trump, Jogando pela paz”, conforme registro visual da camisa divulgado em redes sociais oficiais e portais de imprensa. O ex-premiê Costa, aliás, reforçou o teor simbólico da ação ao publicar: “Playing for peace. As a team” (“Jogando pela paz. Como um time”).

Contexto geopolítico e afastamento do G7

O presente aconteceu em meio ao agravamento da crise entre Israel e Irã, que já somava seis dias de confrontos diretos até a terça-feira (17). Nesse mesmo dia, Trump deixou antecipadamente o encontro do G7 para retornar a Washington. A justificativa, segundo sua porta-voz Karoline Leavitt, foi a necessidade de liderar reuniões emergenciais com o Conselho de Segurança Nacional, a fim de avaliar o cenário no Oriente Médio.

Ainda em território canadense, o presidente norte-americano assinou um acordo comercial com o Reino Unido e o premiê britânico Keir Starmer, mas decidiu partir logo após o jantar com os demais chefes de Estado. Com isso, o aguardado encontro com o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva não chegou a ocorrer.

Escalada de ameaças e tensão internacional

No dia seguinte ao recebimento do presente, o portal Axios revelou que Trump avalia a possibilidade de realizar ataques aéreos contra alvos iranianos. Segundo fontes do jornal The New York Times, o governo iraniano prometeu retaliar qualquer ofensiva com ataques diretos a bases dos EUA na região. Além disso, os Estados Unidos estariam movimentando aeronaves de guerra para o Oriente Médio como preparação estratégica.

Em declaração pública, o presidente norte-americano afirmou que o líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, seria “um alvo fácil”. Na mesma fala, adotou um tom de confronto direto, ignorando o fato de que é Israel, e não os EUA, quem oficialmente conduz o conflito até o momento.

Funcionários iranianos alertaram que uma intervenção direta por parte de Washington inviabilizaria qualquer possibilidade de retomada de acordos nucleares, especialmente os que envolvem o desarmamento de instalações como a de Fordow, localizada em local estratégico e de difícil acesso.

Essa instalação só poderia ser neutralizada por meio de armamento de alta potência, como as bombas lançadas por bombardeiros B-2.

Repercussões e significado simbólico

A atitude de Cristiano Ronaldo foi amplamente interpretada como uma tentativa de apelo simbólico à diplomacia. Apesar do caráter esportivo do presente, o contexto em que foi entregue — e as palavras escritas pelo jogador — revelam uma clara manifestação em prol da paz.

Conforme os desdobramentos geopolíticos continuam a escalar, a camisa número 7 assinada por um dos maiores nomes do futebol mundial torna-se um emblema de moderação em meio à retórica de confronto. Ainda que sem efeito prático imediato, o gesto de Ronaldo ecoa em meio às tensões que envolvem grandes potências e ameaças de guerra aberta no Oriente Médio.