O terremoto registrado na costa leste da Rússia na noite de terça-feira (29), com magnitude de 8,8, gerou ondas sísmicas e alertas de tsunami em diversos países do Pacífico, incluindo Japão, Havaí, Califórnia, Chile e Peru. Segundo autoridades geológicas, o tremor foi o mais forte desde o desastre de 2011 no Japão e resultou em mais de 110 abalos secundários nas horas seguintes, com magnitudes variando entre 4,4 e 6,9.
O epicentro do terremoto foi registrado próximo à Península de Kamtchatka, no território russo. Na região, ondas de até 5 metros foram detectadas. Em resposta, países como Equador, México e Estados Unidos ativaram protocolos de emergência. O Peru, por exemplo, declarou estado de alerta em toda a costa, prevendo ondas entre 1 e 3 metros. Já o Havaí registrou tsunamis de 1,74 metro, mas posteriormente suspendeu as evacuações por considerar que o risco de ondas maiores havia diminuído.
No Japão, o alerta atingiu especialmente as regiões costeiras do norte, como Hokkaido, onde havia previsão de ondas de até 3 metros. A população foi orientada a se abrigar em áreas elevadas. Em Tóquio, o impacto foi menor, com expectativa de ondas em torno de 1 metro. Mesmo assim, o clima de tensão foi evidente entre os moradores, incluindo brasileiros que vivem no país.
O apresentador Yudi Tamashiro, de 32 anos, manifestou preocupação nas redes sociais ao compartilhar relatos de seu tio, que reside em Tóquio. Conforme a publicação, o familiar buscou refúgio no terceiro andar do edifício onde mora, aguardando a liberação das autoridades para descer. “Estamos no terceiro andar esperando a liberação para poder descer. Estamos em alerta de tsunami”.
Ainda segundo Yudi, “em Tóquio a previsão é de ondas de até 1 metro. Onde ele está, teve que subir no terceiro andar, todos seguem em alerta. Só que mais tranquilos. Já em Hokkaido, a situação é mais preocupante”.
A tensão também se estendeu a outros países. No Chile, sirenes foram acionadas em Iquique e outras cidades costeiras, dando início à evacuação da população. Enquanto isso, nas Ilhas Galápagos, o governo local determinou a retirada preventiva de moradores das zonas de risco, reforçando a vigilância sobre os efeitos do fenômeno no Pacífico Sul.
Em meio à emergência, a brasileira Hanay Kawakami, que vive em Kakegawa, relatou o uso do sistema de alto-falantes Bosai Musen para avisos à população. “Aqui no Japão existem alto-falantes públicos de emergência em toda rua e bairro, que se chama Bosai Musen, um sistema que o Japão utiliza para se comunicar coisas do tipo, tragédias naturais, pessoas desaparecidas, alertas de incêndio, entre outros”.
O episódio reacende os alertas sobre a intensa atividade sísmica no chamado Círculo de Fogo do Pacífico, região que concentra cerca de 450 vulcões ativos e é responsável por frequentes terremotos de grande magnitude. Conforme as autoridades locais, não há registro de vítimas até o momento, mas os danos materiais seguem em avaliação.