O padre Fábio de Melo foi denunciado ao Vaticano após um episódio ocorrido em uma cafeteria em Joinville, Santa Catarina, no início de junho. A situação se iniciou quando o sacerdote publicou um vídeo nas redes sociais relatando ter se sentido desrespeitado por um gerente da loja ao questionar uma diferença entre o valor indicado na prateleira e o preço cobrado no caixa por um pote de doce de leite.
A postagem repercutiu nas redes sociais e gerou desdobramentos imediatos. Pouco depois da publicação, o gerente envolvido, Jair José Aguiar da Rosa, foi demitido. O ex-funcionário passou a ser alvo de ataques na internet e, posteriormente, entrou com uma ação judicial contra o padre, alegando danos morais.
Com a crescente repercussão, um bispo de Santa Catarina apresentou uma queixa formal à Congregação para a Doutrina da Fé, no Vaticano. Segundo informações divulgadas pelo jornalista Ricardo Feltrin, o comportamento do padre foi considerado “incompatível com as atitudes esperadas de um líder cristão”.
Embora não haja, até o momento, qualquer punição disciplinar imposta pela Igreja, a denúncia passa a constar nos registros da Santa Sé e é vista como um episódio negativo na trajetória do religioso.
Nas redes sociais, Fábio de Melo se defendeu das críticas e disse ter sido alvo de “ataques desproporcionais”. Ele afirmou que nunca teve a intenção de prejudicar o gerente e desabafou: “Estou a um passo de desistir”, referindo-se ao ambiente hostil das redes sociais.
O sindicato dos trabalhadores do comércio de Joinville declarou apoio ao ex-gerente e ofereceu assistência jurídica. Já a cafeteria Havanna, envolvida no caso, não se manifestou oficialmente sobre o ocorrido. O Vaticano e a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) também foram procurados, mas ainda não emitiram posicionamento público.