A estreia do novo reality gastronômico da Globo, “Chef de Alto Nível”, gerou forte repercussão nas redes sociais, mas não da maneira esperada. Embora o programa tenha investido em uma estrutura ambiciosa e equipe de peso, o ritmo acelerado e a edição fragmentada incomodaram uma parcela expressiva dos telespectadores.
Comentários publicados no X, antigo Twitter, resumem o sentimento geral: “Tô achando tudo muito rápido. Não dá tempo de torcer por ninguém”, criticou um usuário. Outro foi mais irônico: “Os jurados cam dando conselho como se tivessem fazendo um grande mousse”.
Já a jornalista Gabriel Perline reforçou a percepção de ausência da apresentadora na narrativa: “A Ana Maria Braga fazendo figuração de luxo. A diva tá escanteada. Poderia ter batido papo com os familiares nos bastidores, explorado emoções nas deliberações dos chefs”.
Além disso, o público digital apontou semelhanças com o formato do “MasterChef Brasil”, da Band, mas destacou “deficiências na execução” do novo projeto da emissora carioca.
Estrutura e proposta do programa
Inspirado no formato norte-americano “Next Level Chef”, de Gordon Ramsay, o reality da Globo divide os 24 participantes em três categorias: profissionais, amadores e cozinheiros da internet. A competição acontece em três cozinhas distribuídas verticalmente em uma torre de 17 metros de altura, variando do porão até o topo, cada uma com diferentes níveis de recursos.
O objetivo, conforme apresentado na estreia, é avançar entre as cozinhas por meio de provas eliminatórias e avaliações feitas pelos mentores Alex Atala, Jefferson Rueda e Renata Vanzetto.
Dinâmica da estreia e eliminações
O primeiro episódio exibido na terça-feira (15) incluiu três provas consecutivas. Inicialmente, os concorrentes foram desafiados a preparar um almoço afetivo em 40 minutos no ambiente mais precário, a Cozinha Porão.
A eliminação de Erickson Blum surpreendeu e motivou palavras de respeito por parte de Atala: “Doutor, sair da sua zona de conforto e colocar a sua cara aqui, parabéns. Meu máximo respeito”.
Na segunda etapa, os classificados encararam o desafio de improvisar um jantar com ingredientes limitados, simulando uma situação comum após um dia de trabalho. Dih Vidal não agradou aos jurados e foi a segunda eliminada.
“Sentimento de gratidão por ter chegado até aqui. Infelizmente não gostaria de ter sido eliminada. Mas é isso. Gratidão”, afirmou ao deixar a disputa.
A terceira prova exigiu a criação de um prato digno de receber um chef em casa. A pressão aumentou quando Sutil errou na dosagem de sal e recebeu uma crítica direta de Alex Atala: “Se eu não perguntar a justificativa, eu não quero ouvir. Erro é erro”. Júlio Nieps foi o terceiro eliminado da noite.
Audiência e desempenho inicial
Apesar das críticas generalizadas à edição e ao ritmo da narrativa, a estreia garantiu bons índices de audiência. Em São Paulo, o programa alcançou 13,1 pontos no Ibope, enquanto no Rio de Janeiro atingiu 17,9. A média nacional foi de 14,0 pontos, superando atrações anteriores exibidas no mesmo horário.
Considerações finais
Embora o cenário seja grandioso e o elenco técnico experiente, a ausência de vínculo emocional entre a plateia e os competidores foi um dos principais pontos negativos destacados pelos espectadores. A edição apressada e o excesso de provas em um único episódio dificultaram a identificação com os participantes, o que foi reiteradamente apontado como fator de desconexão.
Assim, “Chef de Alto Nível” enfrenta o desafio de ajustar seu ritmo e aprofundar as histórias individuais se quiser conquistar o público em um espaço já consolidado por formatos similares.