Na terça-feira (24), a influenciadora digital Virginia Fonseca participou de seu primeiro ensaio como rainha de bateria da Grande Rio, em Duque de Caxias, e foi recebida com intensas manifestações de rejeição por parte do público nas redes sociais.
A presença inesperada na quadra da escola, confirmada por registros fotográficos ao lado do mestre Fafá e do presidente Milton Perácio, aconteceu poucos dias após o anúncio oficial de sua nomeação para o posto anteriormente ocupado por Paolla Oliveira.
Apesar de a agremiação ter classificado o momento como especial e publicado mensagens de boas-vindas à nova representante, a repercussão foi amplamente negativa. Comentários como “fora”, “decepção total” e “vai brilhar em outro canto” inundaram as postagens da escola.
Seguidores acusaram a instituição de “blindar” a influenciadora de críticas ao realizar o ensaio com portões fechados, restringindo o acesso ao evento apenas a ritmistas e membros internos.
Alegações de falta de representatividade
A escolha de Virginia para o posto gerou questionamentos sobre sua relação com o universo do samba. Críticas contundentes apontaram a ausência de vínculos com a comunidade da Grande Rio e com a cultura carnavalesca.
Comentários como “não representa nada a comunidade” e “nem usou roupa com as cores da escola” revelaram o descontentamento generalizado entre os torcedores e simpatizantes da escola de Caxias.
Mesmo com a resistência, a influenciadora afirmou, em entrevista à revista Quem, que vê Paolla Oliveira como inspiração. “Não tem como comparar ninguém à Paolla. Ela é maravilhosa, incrível, a cara do samba”, declarou. A nova rainha pediu que, se for comparada à antecessora, que seja “como musa inspiradora”.
Estratégias de contenção de danos
Diante da enxurrada de reações negativas, a escola de samba optou por reforçar sua comunicação institucional nas redes, destacando imagens festivas do ensaio e mensagens de apoio à nova rainha. Contudo, o tom celebratório da agremiação contrastou fortemente com os milhares de comentários críticos acumulados nas publicações.
Seguidores chegaram a sugerir que a direção teria planejado o evento de forma reservada “para evitar vaias” e impedir que a rejeição ganhasse proporções maiores diante do público externo.
Repercussão e desgaste de imagem
A situação culminou em um desgaste significativo tanto para a escola quanto para Virginia, que viu sua estreia no universo do carnaval carioca marcada por desaprovação massiva.
Embora parte do público tenha se mantido neutra ou curiosa quanto ao futuro da influenciadora na função, a maioria demonstrou desapontamento com a decisão da diretoria da Grande Rio.
A substituição de uma artista com forte identificação com o samba por uma personalidade com histórico distante do ambiente carnavalesco reacendeu debates sobre critérios para a escolha de rainhas de bateria, cargo tradicionalmente ocupado por figuras com trajetória nas comunidades ou vínculos profundos com a cultura das escolas de samba.