sexta-feira, agosto 15, 2025
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Youtuber vaza novidades da Apple, e empresa vai entrar com processo

A Apple iniciou uma ação judicial contra o youtuber Jon Prosser e Michael Ramacciotti, acusando ambos de se envolverem em uma suposta trama para acessar informações sigilosas sobre o sistema iOS 26, ainda em fase de desenvolvimento. O caso envolve também o ex-funcionário da empresa Ethan Lipnik, dono do dispositivo utilizado no vazamento.

De acordo com os documentos apresentados pela Apple, Ramacciotti teria acessado o iPhone de Lipnik durante sua ausência, utilizando o rastreamento de localização para saber o momento exato em que o apartamento estaria desocupado. Ele teria, então, realizado uma chamada de vídeo com Prosser, exibindo a interface do novo sistema. A conversa foi gravada e utilizada para a criação de conteúdos no canal do youtuber, incluindo renderizações de funções inéditas como o “Liquid Glass” e o novo design do aplicativo Câmera.

A empresa argumenta que a gravação feita por Prosser foi essencial para a reprodução precisa de elementos visuais do iOS 26 antes de seu anúncio oficial. Embora alguns detalhes mostrados nos vídeos não tenham coincidido integralmente com a versão final, a similaridade com as funções reais reforçou a acusação de que informações confidenciais foram indevidamente acessadas.

Além disso, a Apple afirma ter recebido, em abril, um e-mail anônimo com uma cópia da gravação e relatos de pessoas que reconheceram o apartamento de Lipnik nas imagens. A partir disso, a empresa conduziu uma investigação interna, que resultou na demissão do engenheiro. A companhia também teve acesso a um áudio em que Ramacciotti pede desculpas a Lipnik e atribui a iniciativa a Prosser.

Em sua defesa, Prosser comentou publicamente nas redes sociais que “certamente não tramou para acessar o telefone de ninguém e desconhecia a situação”. Ele declarou ainda que pretende conversar com a Apple e que possui provas que contradizem as alegações feitas no processo.

A ação movida pela empresa solicita uma liminar para proibir novas divulgações de informações confidenciais, além do pagamento de indenizações. A Apple alega que o dispositivo envolvido ainda continha funcionalidades não apresentadas ao público, o que justificaria a continuidade da proteção judicial mesmo após o lançamento do sistema.

Embora o julgamento ainda não tenha data definida, o caso reacende o debate sobre os limites entre jornalismo tecnológico e violação de propriedade intelectual. Afinal, a Apple já adotou medidas similares em outras ocasiões contra ex-colaboradores e parceiros que vazaram informações sensíveis às vésperas de lançamentos.