Enzo Maresca não precisou esperar o apito final para identificar o momento em que o Chelsea assumiu o controle absoluto da decisão. Após a vitória por 3 a 0 sobre o PSG, no domingo (13 de julho), o treinador destacou a atuação dos primeiros minutos como o ponto-chave para a conquista do Mundial de Clubes.
Durante entrevista ao sportv, ainda no gramado do MetLife Stadium, o italiano foi direto: “Ganhamos as partidas nos primeiros dez minutos, quando a equipe estabeleceu a intenção que queríamos, de ganhar o torneio”.
Para ele, o Chelsea conseguiu aplicar logo no início a proposta desenhada no vestiário, impondo intensidade e dominando a posse de bola. A forma como os jogadores ocuparam os espaços e contiveram as tentativas iniciais do PSG permitiu que a equipe inglesa conduzissem o jogo até o fim sem perder o controle.
Palmer em nova função e reconhecimento ao elenco
Ao abordar a execução do plano tático, Maresca explicou a escolha de posicionar Cole Palmer de forma diferente. O treinador percebeu que o setor ofensivo poderia encontrar mais liberdade em áreas específicas do campo e apostou na movimentação do meia-atacante para romper a marcação adversária.
O resultado foi imediato. Palmer marcou os dois primeiros gols da final com jogadas semelhantes, explorando o lado direito da defesa francesa. Ainda deu o passe que originou o gol de João Pedro, fechando o placar ainda no primeiro tempo.
“Hoje encontramos uma posição para ele onde havia espaço para atacar. Estou feliz pelo Cole, mas o esforço de todos os jogadores foi fantástico”, afirmou Maresca em entrevista à DAZN, evidenciando que a vitória foi construída por toda a equipe e não apenas por atuações individuais.
João Pedro ganha elogios e encaixa no sistema
Contratado junto ao Brighton por R$ 415 milhões poucos dias antes do início do Mundial, João Pedro rapidamente se firmou entre os titulares e teve papel relevante na campanha. O atacante balançou as redes contra Palmeiras, Fluminense e PSG, encerrando o torneio como um dos principais destaques do elenco.
Durante a coletiva, Maresca comentou a rápida adaptação do brasileiro, revelando que antes da chegada consultou Roberto De Zerbi, ex-técnico do jogador, e recebeu avaliações positivas. Ao lado do atleta, ele resumiu a impressão que teve: “Ele tem o que é necessário. Nós precisamos de jogadores com muita qualidade, porque não tem muito espaço”.
Adversários brasileiros valorizados na campanha
A trajetória do Chelsea até a final incluiu confrontos equilibrados contra representantes sul-americanos. Ao vencer Palmeiras nas quartas e Fluminense na semifinal, a equipe londrina eliminou dois clubes brasileiros que ofereceram diferentes níveis de dificuldade tática e física.
Na coletiva, Maresca reconheceu o desempenho dos rivais do continente: “Quero felicitar todas as equipes do Brasil. Todas estiveram muito bem”.
Conquista inédita sela temporada e reforça convicções
Além do título mundial, o Chelsea encerrou a temporada com outra taça: a Conference League. A conquista sobre o PSG, no entanto, representou mais que um troféu — foi a consagração de um processo iniciado sob desconfiança. Enzo Maresca assumiu a equipe em meio à reformulação do elenco e enfrentou questionamentos em razão do investimento elevado — mais de R$ 1 bilhão em contratações.
A resposta veio em campo. Mesmo fora do grupo inicial de favoritos ao título, o Chelsea cresceu na reta final, goleou o Benfica, eliminou dois brasileiros e dominou o PSG na decisão, com direito a “olé” da torcida inglesa nas arquibancadas de Nova Jersey.
Após o título, Maresca declarou estar empolgado, mas brincou com o alívio do fim da temporada: “É tudo muito empolgante, mas o que me empolga mais agora são três semanas de férias”.
Chelsea amplia vantagem europeia na história do torneio
A conquista do Chelsea reforçou a superioridade dos clubes europeus nas disputas intercontinentais. Agora com 39 títulos no total, os representantes da Europa ampliaram a distância em relação às equipes sul-americanas, que somam 26 troféus. A última vitória do continente sul-americano em uma final contra adversário europeu aconteceu em 2012, com o Corinthians batendo o próprio Chelsea no Japão.
O time inglês tornou-se também o primeiro campeão da nova versão do torneio promovida pela Fifa. A final contou com mais de 80 mil torcedores e consolidou o Mundial como evento de projeção global, agora sob novo formato competitivo.
Silêncio sobre confusão e foco na preparação
Mesmo tendo sido visto tentando conter os ânimos durante a confusão generalizada no fim do jogo, Enzo Maresca evitou comentar o episódio envolvendo Luis Enrique e João Pedro. O treinador do PSG agrediu o atacante brasileiro logo após o apito final, mas Maresca manteve o foco nas questões técnicas e não abordou o incidente na coletiva.
Com a temporada encerrada, o Chelsea entra em recesso e volta suas atenções para a janela de transferências do meio do ano. O clube planeja reforçar o elenco, embora o desempenho recente indique que a base atual já responde com consistência aos desafios em alto nível.
