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AGORA: clube de John Textor é rebaixado

A Direção Nacional de Controle e Gestão (DNCG), responsável por fiscalizar as finanças dos clubes na França, determinou nesta terça-feira (24 de junho) o rebaixamento do Lyon à segunda divisão do Campeonato Francês. A decisão foi tomada após análise das contas do clube para a temporada 2025/26, com base em problemas financeiros persistentes e ausência de garantias mínimas exigidas pela entidade.

Apesar de ter encerrado a última edição da Ligue 1 na 6ª posição — o que lhe rendeu vaga na próxima Liga Europa —, o clube comandado por John Textor não conseguiu apresentar garantias financeiras de pelo menos 100 milhões de euros para a temporada vigente. O empresário norte-americano tenta reverter a medida por meio de recurso, que deve ser apresentado nos próximos dias.

A situação financeira do Lyon já vinha preocupando as autoridades desde o final de 2024. Na ocasião, o clube foi proibido de realizar contratações durante a janela de transferências de janeiro, além de ter sido alertado de que poderia ser rebaixado administrativamente caso não sanasse suas pendências. A dívida total está estimada em 505 milhões de euros, mais de R$ 3 bilhões na cotação atual.

Em entrevista anterior, Textor tentou justificar a solidez do projeto, alegando que os recursos obtidos com a venda de 43% das ações do Crystal Palace — por cerca de US$ 254 milhões — estavam sendo direcionados à holding Eagle Football. “Gostamos de usar esse dinheiro para pagar dívidas e também investir na empresa. A UEFA solicitou garantias de sustentabilidade e nós as fornecemos”, declarou antes da decisão da DNCG.

Contudo, a entidade responsável pela fiscalização manteve resistência em aceitar o modelo de caixa único proposto por Textor, especialmente após prejuízos financeiros recorrentes. Apenas no primeiro semestre da temporada 2024/25, a Eagle Football apresentou um déficit de 117 milhões de euros, aproximadamente R$ 723 milhões.

No campo esportivo, o desempenho do Lyon foi insuficiente para evitar o impacto das finanças. A ausência na Champions League — objetivo prioritário da gestão — frustrou os planos de aumentar as receitas. O clube até conseguiu realizar transferências importantes, como a venda de Cherki ao Manchester City por 36,5 milhões de euros e a negociação de Caqueret com o Como por 15 milhões de euros. Entretanto, esses valores não foram suficientes para reverter o quadro.

Após a divulgação da punição, o Lyon classificou como “incompreensível” a decisão e reforçou que recorrerá imediatamente ao órgão competente a fim de tentar permanecer na elite do futebol francês.