A Conmebol promoveu uma mudança no regulamento da Copa América feminina de 2025 após enfrentar críticas públicas sobre a estrutura oferecida para o aquecimento das jogadoras. A nova diretriz, divulgada oficialmente na quinta-feira (17), autoriza todas as atletas de linha a realizarem um aquecimento de 15 minutos no gramado antes dos jogos — prática até então restrita às goleiras.
A decisão veio após reclamações da comissão técnica e jogadoras da seleção brasileira. Nos dois primeiros compromissos da equipe — contra Venezuela e Bolívia —, o Brasil precisou se adaptar a condições consideradas inadequadas. As atletas realizavam os preparativos físicos em uma sala fechada de aproximadamente 15 m², com ventilação limitada e cheiro de tinta, dividida com as adversárias.
Aliás, a restrição no espaço foi apontada como fator prejudicial ao rendimento das atletas. Segundo Arthur Elias, técnico da seleção brasileira, o cenário inviabilizou uma avaliação mais precisa da atacante Kerolin antes da estreia, o que motivou sua ausência entre as titulares no jogo de abertura. Conforme relato do treinador, “não dá para as 20 jogadoras de linha aquecerem. Essa é uma condição que tem que ser determinante pela saúde das jogadoras”.
Após a vitória por 6 a 0 sobre a Bolívia, na quarta-feira (16), Marta reforçou o descontentamento com a organização da competição. “Essa situação realmente atrapalha, não tinha espaço suficiente para as duas equipes, mas ambas queriam estar ali para se preparar”, afirmou a camisa 10. Ela ainda destacou os desafios climáticos da sede, como altitude e abafamento, e defendeu que a Conmebol reavaliasse as estruturas oferecidas às seleções.
A meia Ary Borges também se manifestou de forma contundente. Após o confronto com a Bolívia, ela questionou diretamente a entidade organizadora: “Perguntar para o Alejandro se ele conseguiria aquecer dentro de um espaço de 5/10 metros e com cheiro de tinta. […] Acho que a gente merece coisa melhor”.
Segundo a Conmebol, a nova medida foi adotada após uma reavaliação das condições dos estádios e “considerando o feedback recebido de algumas equipes participantes”. Assim, a partir da terceira rodada, todas as seleções contarão com o direito ao aquecimento no gramado, em igualdade com o que já era concedido aos homens em competições anteriores.
O Brasil, atualmente líder do Grupo B com duas vitórias, retorna a campo na próxima terça-feira (22), às 21h (horário de Brasília), contra o Paraguai. Na sequência, enfrenta a Colômbia na sexta-feira (25), também às 21h (horário de Brasília). A expectativa é de que, com a nova diretriz implementada, as atletas encontrem melhores condições para desempenhar um bom futebol.


