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Clima tenso! Torcida faz protesto contra John Textor

O rebaixamento administrativo do Lyon para a segunda divisão francesa, determinado na terça-feira (24 de junho) pela Direção Nacional de Controle e Gestão (DNCG), gerou forte reação entre os torcedores. O clube, controlado pelo empresário norte-americano John Textor, foi punido por descumprimento das regras de fair play financeiro, acumulando um déficit de 25,7 milhões de euros ao fim da temporada 2023/24.

A medida causou insatisfação imediata da torcida organizada Bad Gones, que espalhou faixas pelas ruas de Lyon pedindo a saída de Textor. Em tom direto, as mensagens estampadas diziam “Fora, Textor”, em repúdio à condução administrativa do clube. Os protestos ocorreram mesmo com a sinalização de que o Lyon pretende recorrer da decisão da DNCG.

Ainda em novembro de 2024, a entidade francesa já havia alertado que o Lyon enfrentaria rebaixamento caso não apresentasse melhora financeira significativa até junho deste ano. Textor, porém, manteve discurso de confiança durante esse período. Na ocasião, o empresário anunciou três frentes para tentar evitar a sanção: ampliação das receitas com a venda de jogadores, abertura de capital da holding Eagle na bolsa de Nova York e venda de sua participação no Crystal Palace.

Entretanto, nem todas as iniciativas se concretizaram a tempo. A venda da participação de Textor no clube inglês foi confirmada somente no domingo anterior ao anúncio da punição, em operação avaliada em 190 milhões de libras. A abertura de capital da Eagle, por sua vez, ainda não foi formalizada.

Questionado sobre a decisão, Textor afirmou que os recursos da venda do Crystal Palace foram injetados na holding e que parte foi destinada à quitação de dívidas. “A Uefa nos pediu para investir uma quantia na empresa para garantir nossa sustentabilidade e tranquilizá-los. Atendemos ao pedido e fornecemos essa quantia”, declarou, antes de ser oficialmente comunicado sobre o rebaixamento.

Enquanto isso, a performance esportiva da equipe não refletia a crise nos bastidores. O Lyon encerrou o Campeonato Francês na sexta colocação, com 57 pontos, conquistando uma vaga na próxima edição da Liga Europa. Ainda assim, a ausência na Liga dos Campeões, considerada vital para a saúde financeira do clube, comprometeu os planos iniciais da gestão.

No aspecto financeiro, o primeiro semestre da temporada 2024/25 foi encerrado com prejuízo líquido de 117 milhões de euros. A DNCG esperava a apresentação de garantias de pelo menos 100 milhões de euros para autorizar a participação do clube na elite nacional, o que não ocorreu de forma satisfatória.

Por fim, vale destacar que, apesar das restrições anteriores — como a proibição de contratar na janela de transferências de janeiro —, o Lyon realizou algumas vendas relevantes. Entre elas, a de Cherki ao Manchester City por 36,5 milhões de euros (com possibilidade de mais 6 milhões em bônus). Ainda assim, a DNCG recusou o argumento de caixa único apresentado por Textor, desconsiderando as receitas oriundas da Eagle Football, conglomerado que também controla clubes como Botafogo e RWD Molenbeek.