O Atlético atravessa um momento de instabilidade nos bastidores às vésperas de uma sequência decisiva contra o Flamengo, tanto pelo Campeonato Brasileiro quanto pela Copa do Brasil. O técnico Cuca, que retornou ao comando da equipe durante a temporada, tem buscado ajustar a parte tática ao mesmo tempo em que tenta lidar com os desdobramentos internos do clube.
Recentemente, a equipe passou por uma classificação apertada diante do Bucaramanga na Sul-Americana, avançando nos pênaltis após uma atuação pouco convincente no tempo normal. Apesar disso, Cuca valorizou o resultado, mas reconheceu as dificuldades enfrentadas. “É mata-mata. Sul-Americana, Libertadores… é um país contra o outro. Os jogos são muito difíceis”, pontuou o treinador ao relembrar o histórico do clube em disputas eliminatórias.
Ao mesmo tempo, o ambiente interno segue agitado. O elenco alvinegro viveu dias de tensão com a manifestação de alguns atletas por questões extracampo. Ainda assim, Cuca adotou um discurso conciliador. “Eu consigo entender todos os lados. Entendo o lado do torcedor, eu acho que faria o mesmo. Eu ficaria muito bravo e revoltado. Eu consigo entender o lado do profissional também”, declarou o técnico, ao comentar os protestos de jogadores como Rony, Scarpa e Igor Gomes.

Com o grupo novamente concentrado, o foco agora está na preparação para enfrentar o Flamengo no domingo (27), às 20h30 (horário de Brasília), no Maracanã. Para este duelo, o Galo não contará com Lyanco, suspenso. A ausência do zagueiro intensifica as discussões internas sobre possíveis mudanças no esquema tático, especialmente a ideia de utilizar três zagueiros.
Sobre essa possibilidade, Cuca explicou que a aplicação da formação depende da característica dos atletas. “Sim, a gente tem trabalhado essa possibilidade, mas em alguns momentos as características dos zagueiros não combinam. Para fazer uma trinca de zagueiros, tem que ter aquele que saiba fazer a sobra, tem que ter aquele que saiba fazer a saída de bola por um lado, por outro”, detalhou.
Mesmo sem Lyanco, o treinador afirmou que há outras formas de compor a saída de bola. “Às vezes você não precisa ter três zagueiros específicos para isso. Hoje, quando dominamos o jogo, tivemos o Fausto Vera fazendo isso e conseguimos pôr o time deles para trás”, comentou.
O setor defensivo, inclusive, pode sofrer novas mudanças. Rubens, peça utilizada em diferentes funções, está em processo de transferência para o futebol russo. Cuca lamentou sua saída: “Vocês vão ver a falta que o Rubens faz quando ele não estiver mais. É um menino que corria por todo mundo no meio-campo, cobria um e outro e, muitas vezes, não aparece para o torcedor”.
Além de Rubens, o departamento médico do Atlético ainda monitora os casos de Guilherme Arana, Renzo Saravia, Caio Maia e Cadu, todos com problemas físicos. A expectativa da comissão é contar com o retorno de Alan Franco, que cumpriu suspensão na Sul-Americana, para recompor o meio-campo.