O atacante Dudu, atualmente no Atlético-MG, foi punido pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) com seis partidas de suspensão e multa de R$ 90 mil. A sanção foi motivada por publicações nas redes sociais com teor considerado misógino, direcionadas à presidente do Palmeiras, Leila Pereira. A decisão foi proferida em 18 de julho pela 5ª Comissão Disciplinar do tribunal, de forma unânime.
As mensagens do jogador surgiram após o fim de seu vínculo com o clube paulista, quando Leila declarou que ele havia deixado o time “pela porta dos fundos”. Dudu rebateu com críticas à dirigente, utilizando a expressão “VTNC” em uma das postagens. O episódio gerou repercussão e levou ao processo disciplinar no âmbito esportivo, além de ações judiciais que ainda tramitam. Leila moveu uma ação cível por danos morais, enquanto o jogador ingressou com queixa-crime contra a dirigente por difamação e injúria. A audiência criminal está marcada para segunda-feira (26 de agosto), na 13ª Vara Criminal da Comarca de São Paulo.

Enquanto isso, o STJD analisou um pedido da União Brasileira de Mulheres (UBM) para que a punição fosse agravada. A entidade solicitava a elevação da suspensão para dez partidas e a imposição de multa de R$ 100 mil. Contudo, a Comissão Disciplinar rejeitou o pedido de embargo da decisão original, mantendo a pena já aplicada ao jogador.
Anteriormente, a defesa do Atlético-MG obteve um efeito suspensivo parcial, que congelou temporariamente a cobrança da multa enquanto o recurso tramita no Pleno do tribunal. A medida, no entanto, não alterou a suspensão esportiva, que segue válida para partidas sob responsabilidade da CBF. Dudu já cumpriu a primeira das seis partidas no confronto contra o Palmeiras, no domingo (20 de julho), e está fora dos próximos cinco jogos: contra o Flamengo em três oportunidades, Bragantino e Vasco.
Aliás, por se tratar de uma punição restrita ao futebol brasileiro, o atacante pôde ser relacionado normalmente para o duelo contra o Bucaramanga nesta quinta-feira (24 de julho), pela Copa Sul-Americana, na Arena MRV.
Nos bastidores, a diretoria do Atlético-MG tem demonstrado insatisfação com o que considera tratamento desigual por parte da Justiça Desportiva. O clube relembrou declarações de Leila contra John Textor, dirigente do Botafogo, que, segundo os atleticanos, não foram alvo de apuração ou sanção. Além disso, os advogados de Dudu reclamaram da demora na resposta ao pedido de suspensão, o que teria impedido a participação do atleta no reencontro com sua ex-equipe.
“Minha história foi gigante e sincera, diferente da sua, senhora Leila Pereira. Me esquece. VTNC”, escreveu Dudu à época da polêmica nas redes sociais.
“Não tenho dúvida que tudo o que esse atleta fez é porque sou mulher”, reagiu Leila em resposta às críticas do jogador.