O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) manteve, por maioria, a suspensão de seis partidas imposta ao atacante Dudu, do Atlético-MG, devido a ofensas publicadas em janeiro contra a presidente do Palmeiras, Leila Pereira. A penalidade, aplicada exclusivamente no Campeonato Brasileiro, também inclui multa de R$ 90 mil. Até o momento, o jogador já cumpriu três jogos da punição — diante de Palmeiras, Flamengo e Bragantino — e ficará fora ainda dos confrontos contra Vasco, Grêmio e São Paulo.
A decisão preserva o veredito inicial da 5ª Comissão Disciplinar, que havia determinado a mesma quantidade de partidas de afastamento e o valor da multa. Um efeito suspensivo concedido anteriormente serviu apenas para adiar o pagamento, sem interferir no cumprimento das partidas. A defesa criticou a demora na análise do recurso e apontou questionamentos sobre uma foto envolvendo uma auditora do tribunal ao lado das advogadas de Leila, o que foi descartado pela relatora como motivo para nulidade.
O caso teve origem nas tensões que marcaram a saída de Dudu do Palmeiras. Anteriormente, a dirigente havia afirmado que o atacante deixou o clube “pela porta dos fundos”, após desistir de um pré-acordo com o Cruzeiro. Em resposta, o jogador publicou em rede social:
“O caminhão estava pesado e mandaram eu sair pela porta dos fundos. Minha história foi gigante e sincera, diferente da sua, senhora Leila Pereira. Me esquece, VTNC.”
A sigla usada pelo atleta foi interpretada como ofensa, mas sua defesa alegou tratar-se de “Vim Trabalhar no Cruzeiro”. O atrito se agravou com novas postagens e entrevistas, e Leila afirmou que a postura do jogador estaria ligada ao fato de ela ser mulher.
“Se fosse um homem, ele não teria coragem de fazer isso como nunca houve na história do futebol brasileiro.”
Além do processo desportivo, a disputa se estende ao campo judicial. Leila ingressou com ação cível contra o atacante, enquanto Dudu apresentou queixa-crime contra a dirigente por difamação e injúria. A audiência referente ao caso está marcada para segunda-feira (26 de agosto), na 13ª Vara Criminal da Comarca de São Paulo.
O jogador, que foi revelado pelas categorias de base do Cruzeiro e viveu um ciclo vitorioso no Palmeiras, agora defende o Atlético-MG. Contudo, as consequências dessa disputa extrapolam o campo esportivo, envolvendo debates sobre conduta, respeito e limites na comunicação entre atletas e dirigentes.
Assim, o imbróglio entre Dudu e Leila Pereira segue em múltiplas frentes, com impacto direto no desempenho do atacante no Brasileirão e repercussão no ambiente jurídico e institucional do futebol brasileiro.