A insatisfação com a administração da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) do Atlético-MG atingiu novo patamar. Após a revelação de atrasos em pagamentos a jogadores, torcedores do clube realizaram protestos na noite de terça-feira (22 de julho), em Belo Horizonte, com faixas críticas direcionadas à atual gestão e aos investidores do projeto.
As manifestações foram registradas em frente à sede do clube, no bairro de Lourdes, e também na sede do Banco Inter, no bairro Santo Agostinho, onde atua um dos principais acionistas da SAF alvinegra. As faixas expunham frases como “Exigimos respeito”, “Pior SAF do planeta” e “Fora 4 Ratos”, em referência direta aos empresários conhecidos como “4 Rs”, grupo de investidores liderado por Rubens Menin.

Aliás, uma das faixas fixadas em frente ao Banco Inter ironizou os problemas financeiros do Galo, questionando: “Aqui vocês pagam salários?”. O estopim do protesto veio após a divulgação de notificações extrajudiciais enviadas por atletas ao clube, cobrando o pagamento de salários, direitos de imagem e premiações.
Entre os jogadores que se mobilizaram estão nomes como Igor Gomes, Guilherme Arana, Gustavo Scarpa e Júnior Santos. Rony, atacante contratado em fevereiro, chegou a acionar a Justiça do Trabalho com pedido de rescisão contratual, embora tenha retirado a ação poucas horas depois.
O movimento dos atletas, contudo, provocou divisões internas. Segundo apuração, parte do elenco não apoiou a decisão de formalizar as cobranças, o que gerou debates nos bastidores. Ainda assim, a mobilização resultou em resposta da diretoria, que marcou uma reunião para quarta-feira (23 de julho), na Arena MRV, com o objetivo de discutir a situação e apresentar soluções.
Durante o desenrolar dos fatos, o jornalista Flávio Prado opinou sobre a postura dos atletas e foi enfático em sua análise: “A passividade dos atletas, que passam por sacrifícios e ficam sem receber, ajuda muito aos calotes constantes no nosso futebol. Parabéns aos jogadores do Atlético-MG. Que isso sirva de exemplo”.
A diretoria do clube, por sua vez, confirmou pendências envolvendo FGTS, luvas e direitos de imagem. Rubens Menin, representante da SAF, publicou mensagem nas redes sociais afirmando o compromisso com os atletas e criticando o que classificou como decisões tomadas de forma equivocada, com base em informações desencontradas.
Em entrevista à Rádio Itatiaia, o coordenador de futebol do Galo, Paulo Bracks, revelou que um acordo foi fechado com Rony, encerrando o impasse. Segundo ele, todas as arestas foram aparadas para preservar o ambiente interno.