terça-feira, agosto 5, 2025
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Botafogo: a declaração de Renato Paiva direcionada a John Textor

A demissão de Renato Paiva do comando do Botafogo foi confirmada na madrugada de segunda-feira (30), dois dias após a eliminação da equipe para o Palmeiras nas oitavas de final do Mundial de Clubes. O treinador português e sua comissão técnica foram desligados do cargo, mesmo após a histórica vitória sobre o Paris Saint-Germain na fase de grupos da mesma competição.

Contratado oficialmente no final de fevereiro, após a saída de Artur Jorge — campeão da Libertadores e do Campeonato Brasileiro em 2024 —, Paiva teve um aproveitamento de 56,5% em 23 jogos à frente da equipe. Foram 12 vitórias, 3 empates e 8 derrotas nesse período. No momento de sua saída, o Botafogo ocupava o oitavo lugar no Campeonato Brasileiro, com 18 pontos, e estava classificado para as oitavas de final tanto da Libertadores quanto da Copa do Brasil.

A decisão da diretoria, liderada por John Textor, causou surpresa entre jogadores e funcionários do clube, segundo o próprio técnico. “Estou chocado, e os funcionários e jogadores estão de boca aberta com a decisão”, revelou Paiva, em conversa com o jornalista André Gallindo, da TV Globo.

Paiva também esclareceu que, apesar das críticas públicas de Textor ao estilo de jogo adotado, não houve interferência direta nas escalações. “Interferência direta não teve, nem ele, nem ninguém. Nunca, nunca vai ter”, afirmou o técnico em entrevista ao jornalista Paulo Vinícius Coelho, do UOL. Ainda assim, admitiu que o mandatário manifestava descontentamento com escolhas táticas. “Ele não gostava de algumas opções, transmitia aos diretores. Não gostar é legítimo. Mas dizer ‘jogue este ao invés deste’, não. Isso nunca fez”, completou.

O estopim para o desligamento teria sido a estratégia considerada defensiva adotada nos confrontos contra o Palmeiras. Conforme relatado por Paiva, Textor não concordava com o uso de três volantes, especialmente por considerar essa abordagem contrária ao chamado “Botafogo Way”, filosofia ofensiva promovida pela atual gestão. “O Textor falou para ele que não queria ver o time jogando novamente daquele jeito”, relatou o comentarista André Rizek, repercutindo bastidores do rompimento.

Enquanto o clube se prepara para enfrentar o Vasco no próximo dia 12 de julho, a diretoria trabalha na busca por um novo comandante. Essa será a sétima troca no cargo desde que John Textor assumiu o controle da SAF do Botafogo.