O Botafogo foi condenado pela Corte Arbitral do Esporte (CAS) a pagar US$ 21 milhões (R$ 114 milhões) ao Atlanta United, dos Estados Unidos, em decorrência da contratação do meia argentino Thiago Almada. A decisão confirma entendimento anterior da Fifa e reforça que, caso o montante não seja quitado no prazo estipulado, o clube carioca poderá sofrer sanções como o transfer ban — punição que impede o registro de novos atletas.
O litígio teve início em novembro de 2024, quatro meses após a chegada de Almada ao clube brasileiro. Segundo os documentos apresentados pelo Atlanta à Fifa, o Botafogo não pagou as duas primeiras parcelas, previstas para julho e setembro daquele ano. A inadimplência foi reconhecida pelo próprio clube, que admitiu a pendência publicamente em junho de 2025.
Inicialmente, o Botafogo tentou contestar a exigência do pagamento total, alegando que apenas US$ 6 milhões estariam em aberto na época em que a cobrança foi oficializada. Entretanto, a Corte manteve a condenação integral durante audiência realizada de forma virtual em outubro deste ano.

De acordo com o clube carioca, o contrato firmado em junho de 2024 previa o pagamento em parcelas distribuídas ao longo de quatro anos. A defesa do Botafogo argumenta que houve um entrave adicional na negociação: pela legislação da Major League Soccer (MLS), Almada teria direito a 10% do valor da venda. O Atlanta exigiu que o atleta abrisse mão dessa quantia, o que foi recusado por seus representantes legais. Para viabilizar o negócio, a Eagle Football — grupo controlador do Botafogo — assumiu o compromisso de comprar esse crédito do jogador por US$ 2,1 milhões.
Desde então, surgiram disputas paralelas. O Botafogo entrou com ação na Justiça americana para cobrar os 10% referentes à transação, alegando que o valor seria devido pela MLS ou pelo Atlanta United. Simultaneamente, o clube norte-americano reforçou a exigência do pagamento total à Fifa, justificando inadimplência por parte dos brasileiros.
A sentença representa um revés considerável para o Botafogo, sobretudo diante da possibilidade de punições esportivas. Afinal, a imposição de um transfer ban pode comprometer o planejamento para a próxima temporada, caso a pendência financeira não seja resolvida dentro do prazo estabelecido pelas autoridades do futebol.


