sexta-feira, agosto 22, 2025
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Botafogo faz pedido na Justiça, mais de 2 bilhões envolvidos e declaração de Marçal: as últimas notícias do Botafogo

Problemas financeiros, declaração de Marçal sobre mata-mata da Libertadores e pedido do Alvinegro à justiça em prol de Textor

Com destaque para a situação financeira crítica do Botafogo, as tensões judiciais envolvendo John Textor e os desafios esportivos na Libertadores, os temas de hoje revelam a complexidade que envolve o clube tanto nos bastidores quanto dentro de campo. De movimentações bilionárias a confrontos decisivos em altitude, o Alvinegro vive um momento de alta intensidade em diversas frentes.


Dívidas, receitas e incertezas: a realidade financeira do Botafogo

O Botafogo enfrenta um cenário econômico alarmante. Segundo o balancete de junho de 2025, o clube tem R$ 969,5 milhões a pagar, sendo R$ 625,8 milhões com vencimento em até um ano. Por outro lado, há R$ 1,293 bilhão a receber, embora boa parte desse valor dependa de disputas judiciais com o Eagle Football Holdings e o Lyon, o que compromete sua realização efetiva.

Esse impasse jurídico afeta diretamente a gestão financeira da SAF Botafogo. O passivo total do clube saltou de R$ 1,2 bilhão em 2024 para R$ 2,371 bilhões em 2025, um aumento expressivo causado, principalmente, pela incerteza em relação ao recebimento de valores ligados a empréstimos feitos ao grupo Eagle. O clube não pode contar com esses recursos de forma concreta, o que exige atenção redobrada da administração atual.

“Apesar da eficiência que marca a gestão administrativa atual e do progresso constante dos últimos anos, a SAF BOTAFOGO depende da injeção imediata de novos recursos para que seja viável honrar com o cumprimento de todas as suas obrigações de curto e médio prazo, assim como para que não seja prejudicado o planejamento (e investimentos) da temporada corrente.”

Apesar disso, o clube apresentou sinais de reação com receitas em alta. No primeiro semestre de 2025, arrecadou R$ 683 milhões, sendo R$ 312 milhões com a venda de jogadores e quase R$ 200 milhões de premiações da Copa do Mundo de Clubes. Ainda que esses números aliviem momentaneamente a pressão, a sustentabilidade das finanças dependerá de uma resolução urgente dos conflitos com Eagle e Lyon, além de um equilíbrio entre despesas e investimentos esportivos.


Marçal alerta para desempenho e altitude antes de confronto com a LDU

Na véspera do jogo decisivo contra a LDU, em Quito, pelas oitavas de final da Libertadores, o lateral-esquerdo Marçal fez uma análise franca sobre o desempenho do Botafogo no primeiro confronto. Mesmo com a vitória por 1 a 0 no Nilton Santos, o jogador reconheceu que a atuação técnica ficou abaixo do ideal, e que o time precisa evoluir para garantir a vaga nas quartas de final.

“Em termos técnicos, na verdade, é impossível fazermos uma partida pior do que a de ida. Foi um jogo ruim. Obviamente conseguimos um gol importante e saímos com a vantagem. Mas precisamos recuperar o nosso nível e estarmos mentalmente preparados para enfrentarmos a LDU de novo porque vai ser muito difícil”.

A preparação do time foi intensa, com foco especial nos efeitos da altitude de Quito. O elenco esteve em regime de treinos específicos por cerca de um mês e contou com suporte do departamento médico, que forneceu vitaminas para minimizar os impactos físicos do ambiente equatoriano. A logística da partida foi pensada para otimizar o desempenho em condições adversas.

“Estamos há mais ou menos um mês nos preparando para este tipo de jogo. O Dr. (Gustavo) Dutra nos forneceu algumas vitaminas para nos ajudar a encarar a altitude. É um fator importante. Estamos, contudo, focados mais na parte técnica e tática do adversário para superá-lo.”

Marçal também comentou sobre os ajustes no sistema defensivo e elogiou o retorno de companheiros que devem reforçar o setor na partida. Com a vantagem mínima no placar, o time entra em campo ciente dos riscos e da necessidade de manter o foco para não ser surpreendido em um duelo que promete intensidade e dificuldades técnicas.


Botafogo aciona Justiça e Textor responde em meio a crise institucional

A crise entre a SAF do Botafogo e a Eagle Football, grupo controlador da estrutura empresarial do clube, escalou para o campo jurídico. A disputa envolve o empresário John Textor, que, mesmo afastado do comando operacional da Eagle, continua sendo o principal nome à frente da SAF do clube carioca. Em resposta às ações da Eagle, a diretoria jurídica do Botafogo entrou com pedido na 2ª Vara Empresarial do Rio, defendendo o direito de Textor seguir à frente das decisões.

O estopim da crise foi uma série de medidas tomadas por Textor sem a aprovação do diretor legal da Eagle, incluindo a cessão de créditos da SAF para uma empresa nas Ilhas Cayman, em operação estimada em 150 milhões de euros. A Eagle acusa Textor de violar acordos internos e tenta reverter essas decisões. Por sua vez, a defesa do empresário afirma que a Eagle tenta fragilizar propositalmente a estrutura financeira do Botafogo para forçá-lo a sair do comando.

“Notícias sobre um cronograma específico para a realização de uma oferta de aquisição não são verdadeiras. A compra pela gestão é apenas uma das opções consideradas, e é tão provável quanto permanecermos unidos em nossa atual rede multiclubes”.

O cenário ainda se agrava com pressões externas. Textor foi afastado da presidência do Lyon, após forte cobrança de investidores como Ares, Michele Kang e Iconic Sports — grupos que detêm 40% das ações da Eagle. Esses conflitos aumentam a complexidade da situação societária, criando instabilidade que pode afetar diretamente o planejamento esportivo do Botafogo.

Mesmo diante da possibilidade de venda da parte da Eagle na SAF, a própria empresa impõe obstáculos à negociação com Textor, temendo conflitos de interesse e acusações de fraude. Enquanto isso, o presidente do Botafogo, João Paulo Magalhães, reforça o apoio ao executivo americano, o que fortalece a permanência de Textor, mas mantém a indefinição no centro da política e da governança do clube.