A situação de John Textor à frente da SAF do Botafogo ganhou novos contornos após seu afastamento do comando do Lyon. A relação do empresário com os atuais dirigentes da equipe francesa, sobretudo com a nova presidente Michele Kang, deteriorou-se nos últimos meses, provocando uma série de movimentações nos bastidores da holding Eagle Football.
A empresária sul-coreana, que assumiu o controle do Lyon após a renúncia de Textor no dia 30 de junho, lidera um grupo que tenta cortar todos os vínculos com o executivo norte-americano. A ruptura, segundo relatos, foi motivada por alegações de má gestão financeira, o que levou os investidores da Ares Management Corporation — credores na aquisição do Lyon — a exigirem uma reorganização da estrutura da holding.
A tentativa de afastar Textor do controle de todos os clubes da Eagle incluiu também o Botafogo e o Molenbeek, da Bélgica. No entanto, o movimento foi frustrado devido à resistência institucional no Brasil. Conforme previsto no acordo da SAF, qualquer mudança estrutural no comando do clube carioca depende do aval do Botafogo associativo, detentor de 10% das ações da SAF.
João Paulo Magalhães Lins, presidente do Botafogo associativo, expressou apoio irrestrito a Textor. Em carta enviada à Eagle, diretores da SAF foram enfáticos: “Se John Textor for afastado, sairemos com ele”. Em entrevista, João Paulo declarou: “John Textor pertence ao Botafogo. Se transformou em algo a mais. Qualquer coisa que encoste nele, encosta na gente”.
Enquanto isso, o empresário já se movimenta para reestruturar seus negócios. Seu plano inclui a criação de uma nova empresa nas Ilhas Cayman, que abrigaria os ativos de Botafogo, Molenbeek e o clube norte-americano Florida. O objetivo é se desvincular da atual configuração da Eagle, isolando-se da gestão do Lyon e retomando o controle direto de seus clubes.
Em meio à disputa, Textor utilizou as redes sociais para celebrar os novos reforços do Botafogo e mandou um recado indireto aos franceses: “Caçando troféus, recrutando sem algemas. Que prazer comandar um clube sem agendas políticas envolvidas”.
Por ora, a estrutura do futebol alvinegro permanece sob comando de Textor. O Botafogo associativo, junto a antigos dirigentes como Durcesio Mello e André Silva, atua para blindar o executivo diante de futuras investidas. Enquanto isso, as relações entre Botafogo e Lyon, que antes envolviam intercâmbio de dados de scout e negócios entre elencos, estão suspensas sem previsão de reaproximação.
