A disputa pelo controle da Eagle Football, holding que comanda clubes como o Botafogo, ganhou um novo capítulo decisivo. O empresário John Textor, dono da SAF alvinegra, obteve uma importante vitória na Justiça dos Estados Unidos ao conseguir uma liminar que impede o fundo Iconic de tomar o controle da Eagle, o que poderia afetar diretamente sua gestão no futebol brasileiro.
A decisão foi proferida no último dia 22 de julho, em caráter de urgência, após uma longa briga jurídica entre as partes. Vale destacar que a disputa envolve um contrato firmado em 2022, quando Textor obteve US$ 75 milhões da Iconic em troca de 15,7% das ações da Eagle. O acordo previa que, caso a Eagle não se tornasse uma empresa de capital aberto (Spac), o investidor teria que recomprar as ações, algo que não ocorreu.
Ameaça de perda do controle e argumentos estratégicos
Por isso, em junho, a Iconic exigiu que Textor recomprasse sua participação por US$ 94 milhões, incluindo juros. E, em julho, o fundo chegou a enviar uma carta ao Conselho de Administração da Eagle determinando que as ações do empresário fossem transferidas. Sendo assim, se o Conselho acatasse, Textor perderia o comando da holding.
Com isso, o executivo correu à Justiça da Flórida buscando proteção legal. Um dos pontos aceitos pela Corte foi o argumento de que a Iconic não conseguiria transformar a Eagle em uma Spac porque seus sócios possuem ligações com empresários russos, o que fere as sanções dos EUA devido à guerra na Ucrânia. Isso porque cidadãos ligados à Rússia estão impedidos de realizar negócios nos EUA.
Conflito com a Ares e futuro da estrutura empresarial
Além disso, Textor enfrenta outra frente de batalha contra o fundo Ares Management, que financiou sua entrada no Olympique Lyonnais. A Ares teria tentado derrubá-lo do comando do Botafogo, mas enfrentou resistência interna da SAF e do clube associativo.
Dessa maneira, Textor planeja separar o Botafogo e o RWDM Brussels em uma nova empresa, sediada nas Ilhas Cayman. Desse jeito, busca manter o controle e blindar os ativos mais estratégicos da Eagle. Cabe ressaltar que, por ora, o empresário segue como maior acionista da holding nos registros do Reino Unido.
Portanto, a vitória liminar nos EUA reforça a permanência de John Textor no comando da Eagle e, consequentemente, no projeto do Botafogo, pelo menos enquanto as disputas judiciais seguem em curso.
