A saída de Renato Paiva do comando do Botafogo foi apenas o desfecho de uma sequência de descontentamentos internos que já vinham se acumulando. De acordo com reportagem publicada pelo site UOL, a insatisfação do empresário John Textor com o treinador não é recente e começou a ganhar força justamente após o empate sem gols contra o Flamengo, pelo Campeonato Brasileiro, no dia 18 de maio.
Na ocasião, Textor teria ficado incomodado com a postura da equipe e com a escalação de três volantes, considerando o desempenho pouco propositivo diante do maior rival. Além disso, a utilização de Cuiabano mais avançado em campo também foi alvo de críticas diretas ao treinador. Isso porque o dono da SAF alvinegra esperava um futebol mais ofensivo, especialmente em partidas de alto impacto como essa.
Eliminação no Mundial e atrasos agravam crise interna
O estopim, no entanto, veio com a eliminação nas oitavas de final da Copa do Mundo de Clubes, diante do Palmeiras. A derrota evidenciou o que Textor já criticava: a falta de agressividade e ambição dentro de campo. Por isso, ele decidiu convocar uma reunião de emergência com o elenco no sábado seguinte à queda, marcada para o horário do almoço.
Vale destacar que, segundo a reportagem, o próprio Textor chegou com cerca de 20 minutos de atraso à reunião, o que gerou desconforto entre os jogadores já irritados e com fome. Com isso, o ambiente, que já era tenso, ganhou mais um capítulo de insatisfação generalizada.
Diretores foram convocados às pressas para demissão
Cabe ressaltar que a demissão de Paiva foi conduzida de maneira pouco comum: Textor ordenou que diretores do departamento de futebol, que estavam de folga em Nova York, retornassem imediatamente para a Filadélfia, em uma viagem de cerca de 1h30, apenas para oficializar o desligamento do treinador.
Sendo assim, a demissão de Renato Paiva não foi um ato isolado, mas o resultado de uma sucessão de falhas de gestão, desgaste técnico e expectativas não atendidas. Dessa maneira, o empate com o Flamengo, a eliminação para o Palmeiras e os episódios extracampo formaram o pano de fundo da queda do treinador, que já parecia inevitável.
